15 de mai. de 2008
Os pais do Amaral
É interessante que o neo-liberalismo ache que tudo se vende e tudo se compra. É interessante que os liberais achem que os países são grandes empresas e estejam dispostos a contribuir para fossos culturais gigantes criando assim um novo conceito de classes sociais - as informadas e as ignorantes. É interessante que num país onde o interesse por si próprio se vai desvanecendo se aceite que qualquer forma de arte ou cultura seja absolutamente controlada pelo capital sem que seja sequer equacionada a sua importância qualitativa. É interessante que se pense que o importante para o gestor é rentabilizar, mesmo quando se trata de um evento que tenta contribuir para questões mais elevadas que isso. É interessante porque o que se quer é ganhar dinheiro para se viver bem. Mas será que podem viver bem sem uma comunidade minimamente estável?
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4 comentários:
Engraçado e ver o SOCIALISMO a vergar-se ao capitalismo. A mim, parece-me bem.
Ora, meu caro, é tudo o que consegue defender? Acho que nem vossa excelência pensa desta forma selvagem.
Respondendo à pergunta: sim, enquanto não houver riots. O truque é dar sempre o suficiente para que as pessoas, o povo, os eleitores, os cidadãos, se sintam suficientemente felizes e suficientemente amedrontados para não fazer nada. Claro que a maré vai mudar, não se sabe é quando.
Mas isto não me parece que tenha muito a ver com a Feira do Livro ou com a Leya. O mercado ainda não mudou. Pode mudar, mas ainda não mudou. A única diferença entre os anteriores senhores das editoras e o novo senhor das editoras é que este é conhecido, e mais desempoeirado. As coisas podem ficar feias, não tenho dúvidas. Mas se ficarem, criam-se oportunidades de mercado para outros surgirem.
Justiceiro
Ou para o monopolismo.
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