4 de fev. de 2009

Bulhão Pato

Para quem não sabe, Raimundo António de Bulhão Pato nasceu em 1828, foi um poeta, ensaísta, memorialista, sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa e colaborador em diferentes jornais. Duas vezes foi convidado para deputado, mas sempre se recusou.
Não escrevia muito bem, acabando por ficar imortalizado não pelos seus poemas, mas sim pela sua famosa receita de amêijoas: azeite, alho, coentros, vinho, limão, sal e pimenta.
Em Portugal nem tudo está bom como as amêijoas. Também não sou daqueles que dizem que lá fora é que é. Simplesmente acho que perdemos muito tempo a evidenciar as coisas más, e pouco as boas.
Quando ouço as notícias, comento, respondo e falo. Estou igual à minha Avó, que dialogava horas com aquele écran a preto e branco. Às vezes penso: como eu gostava de responder a estas notícias, como eu gostava que estes gajos me ouvissem.
Hoje o País continua cinzento, igual à televisão dos meus antepassados. A diferença é que não precisamos de responder a caixotes.
Apesar das semelhanças com Bulhão Pato e com a minha Avó, os tempos mudaram, e hoje existem outras formas de comunicar.
Esta Sociedade é uma delas.

2 comentários:

Yuppie Boy disse...

Sem dúvida meu caro. Por aqui é tudo mais a fugir para o pacífico mas graças ao grande sentido democrático, até um bulhão aceitamos. Seja muito bem vindo.

Director do BPN disse...

Seja bem vindo. Bulhão Pato também ficou famoso por uma acesa polémica com Eça de Queiroz. Dizia-se que o poeta Alencar, uma das personagens de Os Maias, era inspirado em Bulhão Pato. E parece que era mesmo...