26 de fev. de 2009

Não matem o anjo da guarda

A CGD comprou a Manuel Fino 9,58% da Cimpor por 305,9 milhões de euros, um preço 60 milhões acima do de mercado. No contrato a CGD acede ainda a uma futura recompra por parte de Manuel Fino o que a impede de movimentar as acções durante 3 anos. Se uns dizem que o negócio é ruinoso, já a Caixa diz hoje que é um negócio segundo as "práticas bancárias normais". A verdade estará, como sempre, no meio destas duas posições extremadas. Convenhamos que de normal a operação não tem nada. Imagine uma habitação sua comprada e à crédito a qual pegou fogo. O seguro vai se colocar de lado e o banco vai-lhe pedir uma renegociação pois os escombros não servem de garantia. Consegue imaginar um cenário em que o banco lhe fica com o que resta da habitação e paga os escombros com um prémio de 25%? Eu não... Por outro lado, a execução das garantias ou o "deixar andar" implicariam perdas significativas nas contas do Banco público algo que este tenta evitar a todo o custo. A apresentação de resultados é já daqui a um bocado e não se augura nada de bom. Este é só mais um caso em que a CGD se vê obrigada a tomar más decisões por força da cobertura de erros de terceiros, leia-se governo.

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