10 de fev. de 2009

Proteccionismos

Sobem de tom os receios quanto à possível adopção de medidas proteccionistas por parte de alguns governos para fazer face à crise (de confiança) que alastra pelo mundo. Também me parece ser um caminho perigoso e que pouco ou nada vai contribuir para que a médio prazo o mundo entre nos eixos outra vez. A ilusão do proteccionismo passa pela miragem da autosuficiência de cada Estado. O que, na prática, é impossível. É verdade que há alguns anos que o mundo se debate com agressivas políticas proteccionistas e de verdadeiro dumping por parte de algumas das chamadas economias emergentes. Mas isso vai custar-lhes muito caro (como já está a acontecer na China, por exemplo). Apesar de todos os seus defeitos, a globalização tirou milhões de pessoas da pobreza, democratizou o acesso a bens de consumo e refinou a exigência de muita gente que durante décadas se viu com menos que nada. Onde a globalização falhou, e redondamente, foi na adopção de mecanismos de controlo e supervisão dos mercados financeiros, dando rédea livre a perigosas actividades especulativas, que ruíram sem dó nem piedade. E esse é o grande problema a resolver nos próximos tempos. Mas que deve ser resolvido internacionalmente, através de uma verdadeira conjugação de esforços e políticas. O proteccionismo é o passo final para o abismo perto do qual já nos encontramos. O pobrezinhos mas honrados e o quem não tem dinheiro não tem vícios são teorias à Medina Carreira. Sem substância e sem futuro.

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