31 de out. de 2008

E estava à espera de quê?

Quem critica abertamente uma organização deve estar preparado para assumir as consequências. Deve saber que as suas declarações podem prejudicar a empresa. Deve saber que está a quebrar a relação de confiança que existe entre equipa. Ana Rita Cavaco podia ou não saber disto tudo.Pouco importa para o caso. Fez queixa à ministra e colocou o bom nome da empresa em jogo. Agora, Ana Rita Cavaco recebe o aviso de suspensão, enquanto decorre o processo disciplinar. Por ainda não ter sido emitida nota de culpa, continuará a ser remunerada. Depois do inquérito se verá, mas uma das hipóteses, e intenção da empresa, é o despedimento por justa causa. O processo é transparente e são de louvar comportamentos como este. Não se esconde o problema nem se o desloca. Corta-se pela raiz com frontalidade e determinação.

Vem aí mais uma descida da taxa referência do BCE

O valor hoje apresentado pela Eurostat, da previsão de inflação na Zona Euro para o mês de Outubro é uma óptima notícia para os mercados financeiros. 3,2% para a zona euro o que deverá significar uma inflação já abaixo da casa dos 3% em Portugal. O BCE colocou como condição o controle da inflação para poder baixar as taxas de juro. Este anúncio, vem aumentar ainda mais as probabilidades de uma descida da taxa referência. 3,25% deverá ser o valor a fixar nos próximos dias.

31 de Outubro - dia mundial da poupança

Este é por esta altura um dia sem causa, dada a crise financeira. Dados estatisticos apontam para uma poupança na ordem dos 6% em Portugal, valor muito abaixo do recomendado.
É também um dia que antecede más notícias para quem vai ver revisto a prestação do Crédito à Habitação no mês de Novembro. As recentes quedas da Euribor, hoje pela 16ª vez consecutiva, não são capazes de contrapôr a subida desenfreada dos últimos meses. Assim, quem estiver nesta situação verá a sua situação ainda mais agravada, - para 100 000€ a 30 anos haverá um agravamento de 25€. De boas notícias só mesmo a de que Novembro será o último mês de aumento das prestações com a habitação. E mesmo isto, não é líquido. Se o BCE decidir manter a sua taxa referência na próxima quinta, as contas vão baralhar outra vez e é bem possivel que o caminho descendente da Euribor se inverta e volte à escalada dos últimos meses. Para já, tudo indica que não e portanto, espera-se que as famílias com Crédito Habitação comecem a diminuir as suas despesas já a partir de Dezembro.

A culpa é do "Magalhães"

Este orçamento está fadado a desgraça. Desde a entrega que se têm sucedido peripécias atrás de peripécias. Fica a ideia de que o orçamento de estado é tratado como um memo interno que só os estagiários devem ler. Só assim, se compreende a leviandade com que Sócrates e a sua equipa estão a lidar com todo o processo. Agora, é a peripécia do orçamento rectificativo. Prevê-se que o orçamento apresentado não consiga ser cumprido mas pedir a sua rectificação passadas duas semanas é obra. E mais, a rectificação pedida não o poderia ter sido feita da forma que o Governo tentou. Viram o PSD alertar para a ilegalidade e o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, a ter de negar a rectificação, nesta altura, por esta configurar uma alteração de substância e não a correcção de um lapso ou gralha. É tempo do Primeiro e seus ministros deixarem as esplanadas e começar a trabalhar com o seu "Magalhães" nos seus escritórios...

30 de out. de 2008

Só uma achega...

A Euribor cai há 15 sessões consecutivas. Hoje não foi excepção mas mais do que o aumento da confiança interbancária, foi a baixa dos juros de referência nos EUA decidida pela FED que contribuiu para este abaixamento. A Euribor está tambem a incorporar a esperada baixa de juro do BCE na reunião da proxima quinta. Para já, é previsivel que continue a baixar mas se o BCE decidir manter a taxa nos 3,75% é bem provavel que a tendência seja a inversa...

Reorganização estratégica

A organização da coluna da direita vai sofrer pequenas alterações. A introdução do e-mail do blog é a primeira. A alminha que fez o novo logo esqueceu-se de o colocar. Foi lembrada e voltou-se a esquecer. Fica mesmo por baixo do registo da sociedade.
Os links gerais vão ficar órfãos. Desaparecem e no seu lugar serão colocadas as parcerias estratégicas. Grosso modo, blogs, ou outros sites, que de uma forma ou de outra contribuam ou complementem o SC.
Os primeiros blogues são o Afilhado e o Imhotep Portugal. Outros se seguirão...

O fim do mito

MFL afirmou ontem que governará com minoria. A Dra está à vontade para o dizer. Sabe que vai perder e que a única dúvida que ainda subsiste é sobre a maioria soicalista que corre o risco de acabar. Se assim acontecer, deverá ser pelo crescimento dos partidos mais pequenos e não pelo crescimento do PSD. Nos últimos dias, MFL tem feito asneira atrás de asneira e há já saudades do tempo em que não abria a boca. Há alguns dias, em entrevista à RTP, MFL dizia textualmente, "o Governo governa tudo para o público. Nós, queremos tudo para o privado". O privado rico, não o pé-de-chinelo dos 426€. Esse, como já é pobre hoje, não importa que fique pobre amanhã tambem. Assim, encetou uma luta feroz pelo não aumento do salário mínimo nacional, apesar de ontem já mostrar algum recuo e mudar o texto, ao mesmo tempo que acena bem alto a sua aprovação ao aumento da função pública, afinal de contas representam, directa ou indirectamente, 45% do eleitorado. Por estes dois discursos separados por tão poucos dias, nota-se logo a contradição e a política do "vai atrás" que tanto critica. O PSD é hoje um partido desligado eretalhado, porventura, até mais do que no passado anterior a MFL. Dá-se mais atenção às eleições fantasma do CDS do que à lidér da oposição. Houve tempos em que a culpa era da comunicação social ao escolher os destaques. Hoje, a culpa é da própria líder da oposição e de quem a elegeu.

Obrigações

O ex-jogador do Sporting Iordanov conseguiu que o tribunal decidisse a seu favor e agora os leões terão de lhe fazer uma homenagem no Estádio Alvalade XXI.
Obrigar a realizar uma homenagem? Que sentido faz isto?

Zapatero anda há mais de uma semana a tentar fazer parte do grupo de países que se vai encontrar para debater a crise económica global, recolhendo apoios para que Bush se deixe de tretas e convide uma das dez maiores economias do Mundo.
Que tipo de papel, e que força, terá ZP quando chegar à cimeira, depois de todas as cedências que teve de fazer para ser convidado?

29 de out. de 2008

3 em baixa, 1 em alta, 1 indeciso

BCP e BPI lideram o ranking das quebras de lucros da banca Portuguesa. As duas comadres, que há muito andam de mãos dadas, em acções detidas entenda-se, provaram este ano o amargosabor da desvalorização. Forçados a avaliar as suas participações ao valor actual, tiveram enormes perdas com as acções que cada um detém no outro. Sem participação expressiva nos rivais cotados em bolsa, o BES também teve uma quebra significativa nos lucros, 31% diz hoje o comunicado. Já o Santander, viu os seus lucros aumentarem, chegando muito perto dos 400 milhões de euros de lucro. O Santander prevê ainda aumentar a sua carteira de clientes, bem como todas as outras áreas onde opera. Não deixa de ser curioso o facto do Banco "espanhol" ser deixado de fora quando se fala dos maiores de Portugal mas se calhar é aí que reside o seu segredo. Longe dos holofotes e da ribalta, centrado no negócio e na acção... Quanto à CGD, ainda não existem dados, mas a previsão é de forte queda nos lucros. Veremos...

A confirmação

Depois das declarações proferidas por Nobre Guedes após o colóquio de Bagão Félix sobre o Orçamento de Estado, parece-me claro que o seu regresso à vida política activa tem apenas um propósito - ajudar o amigo Paulo. O seu discurso está centrado na união do partido em torno do lider como forma única de alcançar o sucesso. É dele que partem os convites aos dissidentes, mais-valias do partido e que valem alguns votos, ao mesmo tempo que tenta apaziguar as hostes que já se levantam contra as datas escolhidas, algo previsivel. Parece-me portanto claro que Nobre Guedes apresenta o discurso que Portas não podia apresentar. É só mais um favor...

Vergonhoso, MFL, vergonhoso

Manuela Ferreira Leite deve sofrer de autismo ou tem deficiências graves nas suas capacidades sensoriais. Nã vê a realidade do país, não ouve a realidade do país e pior, não sente a realidade do país. É obcecada por números e não consegue compreender que não é fácil viver com um salário bruto de 426€. Critica um aumento de 5,6% mas esquece-se de dizer que esse aumento se traduz em 24€ apenas. Preocupa-se, e deixa transparecer essa preocupação, com o patronato e esquece as classes mais desfavorecidas, usando um discurso puramente tecnocrata para suportar a sua opinião, - pessoas é palavra que não figura no dicionário da dama de ferro. Esquece-se que a motivação, e o bom ambiente familiar são factores fundamentais para o aumento da produtividade de um funcionário dentro da organização. Esquece-se porque o rendimento que aufere num mês é superior ao destes trabalhadores num ano, ou mais.
Bagão Félix sintetiza numa frase,
"Não gosto de discutir décimas, quando estou a falar de ordenados de 400 e poucos euros, vejo muita gente a discutir essas décimas, porque infelizmente não sabe o que é viver com esse dinheiro, eu também não sei, mas procuro ser humilde na minha resposta."
Sócrates, vai mais longe e fala em mesquinhez.

Da previsibilidade

Tal como eu dizia há uns dias, é fácil prever a Bolsa de Lisboa por estes dias. Aproveitando o fecho das bolsas americanas em grande alta, as Europeias seguiram-lhe as pisadas e estão a valorizar acima dos 4%. Lisboa, como não poderia deixar de ser, segue tambem em acentuada valorização com todas as 20 cotadas em alta. No vermelho, só mesmo a Dax-30 que corrige agora os ganhos impensáveis e irrealistas do grupo Wolkswagen.
O dia é de tal forma favoravel, que até o Porto SAD, depois da derrota humilhante frente ao primeiro classificado do campeonato, o Leixões, segue a valorizar 4,5%.

28 de out. de 2008

O Mercado a pressionar

Bastou ao mercado ter ouvido falar na hipótese de o BCE poder vir a baixar a taxa de referência, que actualmente se situa nos 3,75%, para que as bolsas tenham recuperado ontem das fortes perdas, sigam hoje a ganhar na ordem dos 2% e a Euribor tenha dado mais um tombo. A Euribor a 12 meses desceu já abaixo da fasquia dos 5%, algo que já não se verificava desde Maio de 2005, o tempo dourado do Crédito Habitação. Isto são boas notícias mas só até certo ponto. O facto de os Mercados incorporarem as medidas antes de elas serem decididas, especularem no fundo, coloca pressão nos decisores e pode causar sérios estragos caso não sejam tomadas. Fica a sensação de que esta cise, nem como formadora tem efeitos positivos. Os castelos de cartas continuam a ser construidos... e um novo trambolhão pode acontecer. Veremos se os que pagaram o primeiro estarão na disposição de pagar o segundo.

Culpados é que não existem...

Depois do descarrilamento a 22 de Agosto deste ano, de um inquérito preliminar que não apontava culpados nem causas, surge agora o relatório final que aponta "defeitos grosseiros" que "dificultam o contacto entre a roda e o carril" e são por si só, "suficientes para justificar a ocorrência do descarrilamento". A tudo isto, e depois da morte de uma pessoa, a Refer diz que vai pôr em prática as recomendações do relatório mas escusa-se a fazer mais comentários. Parece que a culpa vai mesmo morrer solteira...

Juntos ou separados?

Nobre Guedes, o ex-eterno número dois de Portas, bateu com a porta nos finais de 2007. 2008 reservou-lhe dois períodos de silêncio; - até Junho como vice-presidente demissionário e este mais recente até às eleições regionais dos Açores. O acordo de cavalheiros firmado, "impedia-o" de falar publicamente. Agora, e depois do bom resultado obtido pelo partido, Nobre Guedes volta às lides políticas e promete participação activa no próximo Congresso. Não será candidato, mas quer ver a sua visão do CDS discutida. Adianta já que Ribeiro e Castro no parlamento e Nogueira Pinto na CML, ainda que coligada com PSL caso este avance, são duas das personalidades que quer ver regressarem ao partido. Para isso pede a Portas que unifique as tropas fazendo-lhes o convite, passando a imagem de PP unido e forte, por oposição ao PSD. Grosso modo, o PP quer passar a imagem de única força política à direita do PS com a casa arrumada e com cabeça limpa para se dedicar, por inteiro, aos problemas do país. Pelas razões que aponto mais à frente, não é de pôr de parte que esta estratégia tenha sido congeminada a duas cabeças estando PP e NG outra vez em sintonia.
Portas sabe passar mensagens melhor que ninguem e já percebeu que nas próximas eleições terá de ir roubar votos ao PSD, mais do que ao PS, grudado no centro. Com Ribeiro e Castro, Maria José e todos os seus apoiantes o PP estará mais forte certamente. Mas estará mais forte por conveniência e porque se vislumbram mais poleiros. É hoje previsivel que as correntes opostas ao lider tenham espaço sem que isso afecte o número de lugares que este necessita para a sua "máquina". "Conveniências" é tudo o que o país não precisa. Veremos até quando dura o casamenteo... se chegarem a casar. Mas não pode ser Portas a fazer estes convites e lançar estas discussões. Nobre Guedes volta à vida política activa como entrou, - a ajudar o amigo Paulo.

27 de out. de 2008

Dos telhados de vidro

Josef Ackermann, CEO do Deutsche Bank, dizia a semana passada que ficaria envergonhado se se visse forçado a pedir "ajuda" ao Governo Alemão. Hoje, soube-se que o Deutsche perdeu qualquer coisa como 400 000 000 000USD (16 vezes o "aval Português) em derivados de acções. Veremos se Josef consegue manter o discurso...

A minha almofada é melhor que a tua...

A luta travada pelo BCE contra a inflação, por oposição à política da FED de estimulação da economia real chegou ao seu ponto de inflexão. Agora, com a recessão económica quase certa, já não existe a necessidade de controlar a inflação mas sim estimular a economia. Baixando a taxa referência, baixa-se o preço do dinheiro, dá-se um empurrão no investimento e espera-se estabilizar os mercados financeiros. O corte pode ser já para a semana e se o não fôr será certamente antes do fim de 2008. Veremos se a "almofada é suficiente e se a Europa consegue levantar antes de tocar o fundo...
Também a FED planeia baixar a sua taxa referência. E planeia baixar para perto de 0%. As almofadas são diferentes, mas dorme-se nos dois casos. Nós Europeus, de lado, os americanos de barriga para baixo. Se nos dermos mal, podemos passar a dormir de barriga. Já eles, terão de vender as almofadas...

Previsto e imprevisto

Acabo de receber no meu email uma proposta de ensino aliciante: Curso de Análise Bolsista e Produtos Financeiros. Claro que o programa promete "mundos e fundos" - creio que este é o melhor termo para o caso -, mas depois de ler os posts do senhor Yuppie, nomeadamente o que está aqui em baixo, chego à conclusão que a análise bolsista é fácil, quando se trata da praça portuguesa, e que é impossível perceber globalmente o caminho dos produtos financeiros. Em qualquer dos casos fica a conclusão óbvia: aquele curso apenas pode dar fundos (mundos nem por isso) aos seus promotores. Delete e spam.

Por razões óbvias não vou colocar o link para o curso.

1 + 1 = 2

A Bolsa de Lisboa é das poucas coisas previsiveis no meio de toda esta crise. Se seguir esta metodologia vai ver que não tem que enganar.
1 - veja o fecho do Dow Jones e do Nasdaq;
2 - perca 5 minutos do seu sono e veja, durante a madrugada, a abaertura das bolsas asiáticas;
3 - os dois dados combinados dão-lhe o resultado da Portuguesa com 99% de segurança;
4 - se fizer parte dos cépticos, pode ainda assitir à abertura das bolsas Europeias. Aí ficar com 100% de certeza.

26 de out. de 2008

OE 2009 - Salário Minímo

Mais do que dizer que o aumento do salário minimo vai aumentar 5,6%, é importante dizer que o salário mínimo vai aumentar 24€. Desta vez, o aumento é palpável. Uma medida, que implica uma despesa acrescida do Estado, por força de todos os subsidios a ele indexados, mas uma medida com um forte pendôr social e um esforço claro na diminuição de disparidades salariais. Elas existem e continuarão mas existir, mas o esforço pedido a todos nós é, desta vez, louvável.
Sinal verde

24 de out. de 2008

O Rei do timing II

Fernando Ulrich anunciou hoje os resultados dos primeiros nove meses do ano do BPI. 34,4 milhões de euros, menos 86,2% do que o Banco tinha conseguido em igual período de 2007. Resultados influenciados pelas perdas financeiras na participação no BCP, estimadas em 177 milhões. Felizmente, anunciou já depois de as bolsas fecharem e na esperança de que o fim de semana apague da memória estes valores. Mas mais maus resultados virão... e aí, tal como estiveram unidos na defesa do seu bom nome e a advogar boas práticas da banca Portuguesa, cairão juntos...

Esta gente só pode ser estúpida

Este aumento inscrito no OE de 2009 baseia-se numa inflação de 2,5% e 0,6% de crescimento do PIB. Previsivelmente, a primeira poderá ser cumprida podendo até o seu valor ser mais baixo se entrarmos em tempo de recessão, cenário que não só não está posto de lado como é já quase dado certo. Já o segundo valor so por milagre será atingido. Mesmo assim, e só porque é ano de eleições, o Governo anuncia um aumento de 2,9%, valor muito acima de uma proposta realista e consentânea com a contenção que se impõe. A Frente Comum, não concorda e anunciou uma manifestação para o próximo dia 21. Não discordasse eu de manifestações, por principio, e tambem eu apoiaria. Pelas razões inversas, entenda-se.

O Rei do timing

Paulo Portas é um animal político. Tudo o que diz, tudo o que não diz, tudo o que pensa, toda a roupa que usa, todo o cigarro que não fuma, todo o dente que branqueia, tudo isto, tudo isto e muito mais, é pensado. Pensado ao pormenor. Os Açores foram o balão de oxigénio que precisava. Burro seria se não aproveitasse a maré. Assim, decidiu propôr eleições antecipadas. Não tem os adversários preparados e está em estado de graça, se esse estado ainda existe no PP. Uns dirão que é inteligência e faro político. Prefiro a palavra "oportunismo".
Actualização: Surpresa das surpresas, Paulo Portas é candidato.

Para já, mar flat (act)

A OPEP já anunciou o corte de produção de barris diário (I e II), algo que não fazia há quase dois anos. 1 500 000 de barris é muito barril, contudo, não é o suficiente para alarmar os mercados. Isto é em teoria uma boa notícia. A prática, pode no entanto ser bem diferente. A prática diz-nos que os mercados não se alarmaram porque já estavam em alerta vermelho. As fortes expectativas de recessão, nota-se que não têm falado com o nosso Primeiro nem com o Teixeira, traduzidas num abaixamento claro da procura fazem com que este corte não traga resultados visiveis. Assim, o petróleo segue a perder, tanto o WTI como o Brent, perto de 7%. Mas Chakib Khelil, presidente do cartel, deixa o aviso de que só a 90USD, 10 abaixo do que "estimei", será possivel continuar o investimento e suportar a produção. Isto abre portas a um segundo corte. E aí, será dificil que não se traduza em alta das cotações e claro, na nossa carteira.

20 em 20

Estão de volta os dias negros da bolsa. O Psi 20 cai hoje em todas as suas cotadas. Os mais resultados do sector empresarial asiático levaram as bolsas orientais a quedas, trambolhões, brutais. Por arrasto, o que tem sido regra nos últimos tempos, a Europa cai tambem. Portugal não é excpção e todas as cotadas do índice Português descem. E hoje é o dia que marca o início da apresentação de contas da banca. O BPI inaugura, e não se esperam surpresas agradáveis...

Não há problema, nós pagamos

Tem sido assim com todas as medidas do Governo. Apresentam-se com pompa e circunstância, dão raia quando postas em prática e são rectificadas, remendadas será mais correcto, logo a seguir. Sempre, sem excepção, em prejuízo do erário público. Agora, o problema é com o Magalhães. O trunfo lançado por Sócrates para este ano lectivo vai mudar de processador. De Celerom para Atom dizem. As implicações de tal mudança/evolução são poucas, diria mesmo só uma, - o preço. E mesmo aqui, o preço só aumenta para quem compra o computador fora do programa e.escolinhas. Para os que comprem ao abrigo do programa, o preço mantem-se. Mas não se pense que é benesse da J. P. Sá Couto, não. O Estado paga o diferencial. Começam a ser gritantes, se já não o eram, o laxismo e a leviandade com que este Governo planeia e põe em prática as suas políticas.

23 de out. de 2008

A seu bel prazer

Tentar disfarçar um alteração à lei do financiamento dos partidos com o Orçamento de Estado é grave. Dizer que está tudo na mesma e nada foi alterado, para depois vir corrigir, é ainda pior. Até para a trapalhada há limites. A arrogância deste Governo não vai permitir que o façam mas ficava bem um pedido de desculpas.

Euribor, porque baixas tão pouquinho?

A Euribor a 6 meses tambem já quebrou a barreira psicológica dos 5%. É a taxa mais utilizada em Portugal, qualquer jornalista faz questão de o referir, e portanto a que mais efeitos traz ao Crédito Habitação das famílias portuguesas. Seguindo uma tendência de descida, situa-se hoje nos 4,992, 14 milésimas abaixo dos 5,006 da véspera. Os resultados práticos são praticamente nulos, não estivéssemos nós a falar em milésimas. Este deslizar da taxa, ao invés da descida firme que se pretendia tem uma razão principal. A banca desconfia da banca. O clima económico faz com que nenhum banco confie o seu dinheiro a outro uma vez que os riscos de colapso são grandes. E é este risco, real, que faz com a Euribor esteja ainda longe da taxa de referência do Banco Central Europeu.
Injecções de capital e garantias são boas notícias para a banca e visam repôr a confiança. Consequentemente, pelas razões que apontei em cima, surtirão efeitos na bolsa do cidadão, o mesmo que pagou, ou vai pagar, a injecção e deu o aval.

Da reunião de Viena directamente para a bomba à porta de casa

As crises trazem sempre a instabilidade, principalmente no mercado financeiro. Os altos e baixos sucedem-se e torna-se difícil prever e consequentemente escolher o rumo. Com o petróleo não foi excepção. O porquê é simples. Tradicionalmente, são 3 os factores que mais influenciam o preço do crude. Produção, Reservas e Cotação do dólar. A produção fixada pela OPEP tem grande influência no preço do crude e é constantemente ajustada à procura, como forma de controlar os preços. O nível de reservas é algo difícil de quantificar e é guardado como o ás de trunfo num jogo de cartas, - sempre que é jogado causa mossa. Raras foram as vezes em que o mercado não reagiu à descoberta de novos poços ou a alterações de previsão de capacidade de outros já existentes. Quanto à cotação do dólar não tem que enganar. Dólar em baixa, petróleo em alta, - os americanos refugiam-se no petróleo e os restantes aproveitam para comprar. Dólar em alta, petróleo em baixa, - pelas razões inversas às apontadas anteriormente.
A crise veio juntar a estes 3, um quarto factor. A necessidade, ou refúgio se preferirmos. Com os mercados em crise e sem conseguir prever os rumos dos produtos financeiros, muitos foram os investidores que se refugiaram no petróleo levando-o a preços record. O 30 de Junho de 2008 já vai longe e os preços da matéria-prima estão agora abaixo de metade do valor atingido, o que não agrada nada aos membros da OPEP, responsáveis por 40% da produção mundial e que vêem as suas receitas diminuir bruscamente. Assim, convocaram uma reunião de emergência para a próxima sexta da qual sairá certamente, um corte na produção. Estima-se que de 1 milhão de barris/dia, uma quantidade significativa que contudo, se espera incipiente no combate à conjuntura. A alta do dólar, o aumento de reservas e a baixa procura são tudo factores que contribuem para a manutenção dos preços baixos. A ajudar, fala-se na já incorporação deste corte no actual preço do petróleo.
Como tenho dito, é quase impossível fazer previsões com rigor nos tempos conturbados que vivemos mas... Acredito que este corte não venha trazer a alta dos preços de novo, mas um segundo golpe será lançado se o primeiro não funcionar e aí, o cartel conseguirá o seu objectivo, - petróleo a rondar os 100 USD.

22 de out. de 2008

Piadas que a crise trouxe

A crise é pior que o divórcio.
- Já perdi metade do meu património e a minha mulher ainda continua lá em casa.

Bom dia, por assim dizer

O petróleo estava "em queda" em Londres, ouvi de manhã na rádio. Como dormi pouco, ainda pensei que era uma catástrofre. Não, era mesmo na bolsa dos petróleos ou lá como se chama que se "registava" no Brent ou não sei quê. O que é que eu ouvi e que não confundi e que tenho a certeza de ter ouvido bem? "66 euros". O barril do pitroil estava a 66 euros. Menos 80 euros do que há um par de meses.

O regresso do Jacinto

Há coisas que não se percebem. A bem da transparência, os donativos aos partidos só podem ser feitos por cheque ou transferência. Estes dois meios de pagamento permitem que se trace o rasto do dinheiro caso tal seja necessário. Permitir novamente os donativos em dinheiro é um retrocesso. Dos grandes. E pior. É mais uma alteração feita em véspera de eleições. Quem terá acenado com as quinhentolas ao nosso Primeiro?

21 de out. de 2008

OE 2009 - O FIIAH desmontado

Sabe-se agora, ainda que não oficialmente, que os fundos para o arrendamento imobiliário praticarão rendas (em média, e a palavra média é aqui, muito perigosa) 20% inferiores ao valor da prestação paga pelas famílias. O Ministro falou em valores de renda atractivos. Serão?A resposta é talvez.
Esta medida terá mais impacto quanto maior for o prazo do empréstimo. Contas feitas, salvaguardando que os casos-tipo não passam disso mesmo e que portanto, especificidades diferentes levam a resultados diferentes, esta medida só começa a compensar verdadeiramente para empréstimos acima dos 30 anos. Tentando explicar, para empréstimos abaixo dos 25 anos, 20% da prestação (e isto no início, - vai aumentando), é para amortização do capital em divida e os restantes 80% para juros. Ou seja, pagamos 20% a mais em valor, mas abatemos 20% à divida. Tradução: abaixo dos 25 anos de empréstimo só compensa se o orçamento familiar estiver mesmo, mesmo mesmo, no limite. Já acima dos 30 anos, e de uma forma exponencial, a medida pode surtir efeitos. A percentagem de amortização de capital é tão mais baixa quanto maior for o número de anos do empréstimo e portanto, a diferença entre o que se perde em não amortizar e o que se ganha em diminuição do valor da nova renda, compensa.
Este fundo, de sigla comprida e que ainda não decorei, liberta as famílias de um outro encargo pesado para a sua bolsa. O seguro de vida, obrigatório no Crédito Habitação. Este seguro pode ser muito pesado no valor da prestação a pagar. O seu comportamento varia com a idade do titular e montante em divida do empréstimo. A idade pesa mais pelo que esta medida favorecerá mais famílias de idades mais elevadas.
Estes dois factores, parecem compensar-se. Se por um lado os jovens têm maiores prazos de empréstimo e portanto beneficiam mais, os mais velhos beneficiam grandemente com o desaparecimento do seguro.
No que toca a isenções e incentivos fiscais, a medida parece-me mais atractiva para os fundos do que propriamente para as famílias. Exceptuando-se a isenção de taxação das mais-valias, o que se poupa no IRS com a renda é o que se perde no IRS com o desaparecimento do Crédito Habitação.
O post é longo e algo técnico pelo que desde já me disponibilizo para estar, ainda mais, atento à caixa de comentários e responder a qualquer dúvida. A pressa e algum desconhecimento, faz com que também esteja aberto a correcções ou complementos.

Há um longo caminho ainda II...

Foi-se o argumento II...

O Bloco de Esquerda é um partido de poucas responsabilidades. Nunca formou governo, tem uma história curta e o número de deputados, conjugado com as maiorias socialista actual e de direita no passado, nunca lhe permitiu ser útil para chumbar ou aprovar o que quer que fôsse. E por ter poucas responsabilidades, tem tendência para criticar, tudo e todos, por tudo e por nada. Enquanto mantiverem esta dimensão estão a salvo. Nem suficientemente pequenos para serem calcados, nem suficientemente grandes para causarem mossa. Francisco Louçã é o rei das meias verdades ou verdades deturpadas e das insinuações. Daniel Oliveira segue-lhe as pisadas. Na tentativa cega de defender o Bloco usa a parte da verdade que mais lhe interessa e esquiva-se às perguntas inconvenientes. À sua imagem, o Arrastão sempre foi isso mesmo. Liberdade de discussão, mas só até onde dá jeito. Os argumentos esgrimem-se até ao último sinal vital, mas só os que lhe são favoráveis. Já estávamos habituados. Com a chegada dos Pedros, renasceu a esperança. Um, o Vieira, é a forma, cool profile e rabisca umas coisas. O outro, o Sales, é mais conteúdo. Parecia-me mais contido, mais preparado e mais responsável que Daniel Oliveira. Ainda o acho, mas os tiques de Bloco e de Arrastão começam a aparecer.
Há dias, discutia-se no Arrastão a garantia dada pelo Estado Português à Banca. Questionava-se a legitimidade e a forma. A discussão preferiu a legitimidade e atacou ferozmente a banca culpando-a de toda esta situação. Advogaram mesmo, que o melhor era não dar a garantia e fazer o pecador cumprir a sua pena. Quando foram confrontados com os despedimentos, outros cortes na despesa e cortes no financiamento, como medidas para a banca prescindir da garantia, meteram em prática a técnica Bloquista, - esquece-se aquela via de discussão e abre-se outra. É sempre salutar. Mas o mais interessante da questão nem é isto. Hoje, sai a notícia de que BCP, BES, CGD e Montepio, não usarão seguramente, a garantia em 2008. Banif, BPI e Santander preferem uma posição mais cautelosa e dizem que só tomam decisão depois de estudarem exaustivamente a portaria, - a prova cabal de que estas instituições não estão aflitas e só recorrerão à garantia caso esta lhes seja favorável. Sobra o BPN, esse sim, candidato já assumido a 600 milhões e candidato potencial a outro tanto ou mais ainda. Mas a situação do BPN, banco integrado na Sociedade Lusa de Negócios reveste-se de outros contornos, - mais sombrios e mais a roçar a ilegalidade do que a má gestão. E isto, é condenável em qualquer actividade. Seja na banca, seja em qualquer outra.

20 de out. de 2008

Há um longo caminho ainda...

... na aproximação à taxa de referência do Banco Central Europeu, 3,75% mas as taxas Euribor seguem a tendência da descida e começam a aliviar a carteira dos Portugueses. Nunca é de mais referir que esta baixa se deve à subida da confiança do mercado interbancário fruto das injecções de capital dos Estados na banca. Principais beneficiados, - as famílias com Crédito à Habitação. Ou estou enganado?

A maior economia do mundo está a abrandar

Se o critério para atribuir o prémio de maior economia do mundo fôr a sua contribuição para o PIB mundial, então a maior economia do mundo é a Chinesa. Isto é um facto. Outro facto, é o de que o gigante do Oriente está a abrandar. Continua com um crescimento, perto dos 9%, avassalador e que avança à velocidade da luz quando comparado com o da velhinha Europa mas está a abrandar e já vai no quinto trimestre consecutivo de desaceleração. A China não é imune à crise e a previsivel baixa de exportações, quer para a Europa quer para a Ásia, pode criar entraves grandes à super-potência. Esperemos que à crise financeira que assola os EUA e a Europa não se suceda a de super-produção na China.

Soluções estapafúrdias para acabar com a abstenção

Estou em crer que se fosse dada a oportunidade às pessoas de votarem numa lista vazia, sem candidatos e sem siglas, que caso fosse eleita não fizesse absolutamente nada e prescindisse de toda e qualquer remuneração, fosse ela salário, ajuda de custo ou mordomia, as pessoas iriam em massa às urnas. Eventualmente até poderíamos contabilizar os lugares pelos votos brancos...

Açores a 6 cores

PS - Apesar de baixar a votação em percentagem, em mandatos e em votos efectivos, o PS sai vencedor destas eleições e com a maioria renovada.
PSD - Não conseguiu tirar a maioria ao PS e perdeu o líder insular. Não devem ser feitas leituras nacionais destas eleições mas sai muito beliscado.
CDS-PP - É a terceira força, algo a que já não está habituado há muito. A separação do PSD parece ter sido benéfica e a eleição de 5 deputados é uma vitória. Também não devem ser feitas leituras nacionais pois o PP sempre teve boa representação no arquipélago mas sem dúvida que traz novo fôlego a Paulo Portas.
BE - Passa a quarta força e elege pela primeira vez deputados. Ultrapassa a CDU e chega mesmo a conseguir um resultado na casa dos dois dígitos num circulo que lhe era adverso. Dois deputados.
CDU - Volta a eleger um deputado mas cai para a quinta posição atrás dos arqui-rivais do Bloco. Como em tudo, são uns empatas...
PPM - A eleição de um deputado tem tanto de peculiar como de estranho. Não sei quem era o candidato mas é certamente reconhecido pelos 353 eleitores da Ilha. Mais que do partido, a vitória parece-me pessoal mas saiem os dois vencedores.
Abstenção - A branco, está escrito abstenção. Nestas eleições ultrapassou os 50%. Se fosse referendo, não seria vinculativo. O distanciamento dos cidadãos é cada vez maior e parece galopante. Preocupante.

19 de out. de 2008

Da irresponsabilidade

Quando criticamos abertamente algo, devemos sustentar com dados a nossa critica. Devemos ser tão objectivos quanto possível e as acusações infundamentadas devem ser evitadas a todo o custo. No caso, e com base numa notícia que apenas alude a um concorrente que se queixa de ter apresentado um preço mais baixo que o concorrente vencedor e mesmo assim ter sido preterido, Carlos Nunes Lopes, do 31 da armada, critica a opção do Governo, rotulando-a de despesista. Os concursos, nomeadamente os públicos, regem-se por regulamentos próprios e atribuem diferentes ponderações a diferentes critérios. Fiabilidade, custo, valorização de experiência passada, prazo de entrega, desvio face ao preço médio, são todos exemplos de critérios. No fim, uma tabela de scoring revela o vencedor, - o que tem mais pontos na soma matemática dos diferentes itens. Criticar a opção como foi feito pelo blogger, sem estar na posse de todos estes dados é irresponsabilidade. E a irresponsabilidade é tanto maior quanto mais pessoas a ouvem ou no caso lêem. O 31 é um blogue de referência. Já lhe bastam as bocas desmedidas, com imensa piada diga-se, do Rodrigo. Juntar-lhe um Fernando Namora, é muito mau.

Este post, chama à atenção para a critica fácil. Não visa defender o Governo nem o concorrente vencedor.

Brejeirice

Falar dos outros nem sempre é mera intrusão na vida alheia, pode ser também uma lição. Há exemplos que devemos seguir e outros de que devemos fugir.
Cheguei tarde à blogosfera mas de vez em quando lá ouço falar de uns atritos antigos, quase todos com o Daniel Oliveira como elemento provocador. Depois uns amigos que andam por estas bandas há algum tempo lá me vão contando as tricas. Parece que há um género de Jet7 neste universo. Uns porque já eram conhecidos do grande público, outros porque se puseram em bicos dos pés e outros porque foram descobertos. Com tantos estilos é natural que choquem os egos.
Olho com alguma pena aquilo que se passou no 5 Dias. No fundo, aquilo foi uma brejeirice política. Quando alguém contrariou a defesa acérrima do Primeiro Ministro o verniz estalou e começou o confronto pessoal. Uns sentiram a dor de outros e saíram. Outros fartos da falta de humildade e da falta de respeito coast to coast resolveram partir, também. Parece-me óbvio. Poderei estar errado.
Contudo, é por demais evidente que a zaragata tem contornos que não são bem-vindos num meio como este. Principalmente quando falamos de pessoas que pugnam pela sensatez e pela correcção, sempre prontos a atirar sobre quem não o é.
Nesse sentido, fiz um apanhado dos posts que me pareceram relevantes para esta discussão toda:
- http://5dias.net/2008/10/14/credibilidade/
- http://5dias.net/2008/10/14/emprenhar-de-ouvido/
- http://5dias.net/2008/10/15/uma-gravidez-histerica/
- http://5dias.net/2008/10/15/dos-filhos-da-puta/

e ainda este comentário de Nuno Ramos de Almeida: "Caro V, Tem toda a razão. Dizer mal do governo é a mãe de todos os pecados e, sobretudo, do grande líder. Dá cabo de tudo. Até de blogues." no seguinte post:
- http://5dias.net/2008/10/16/gostamos-mesmo-e-de-governos-fortes/#comments

Torna-se, portanto, evidente que o que se passou foi uma escaramuça pessoal condicionada por opiniões políticas. Isto, como diz o outro, em ano de eleições começa a ser natural e previsível. Os ânimos exaltam-se.
O Sociedade em Comandita não tem que se meter na vida de blogues alheios e muito menos que entrar em tricas de pessoas que não se sabem respeitar dentro de sua própria casa. No entanto, este blogue deve tentar chamar à atenção para que situações destas não se repitam, tomando até mesmo como exemplo para dentro.
Insultos, facciosismo, amiguismo, falta de humildade e de respeito e partidarite são as palavras que sobram desta celeuma. Ninguém fica bem na fotografia. A blogosfera não perde com o problema, só ganha. Ganha capacidade para pensar que até os seus mais ilustres "participantes" têm problemas de afirmação e que lhes falta a sensatez que tanto exigem aos que criticam.

(no momento que este post está a ser feito, Nuno Ramos de Almeida e António Figueira regressam e tentam recuperar o cadáver do 5 Dias. estávamos preocupados que o Justiceiro ficasse só com a Laurinda Alves e com a Rita Ferro nos links)

18 de out. de 2008

Shame on you boy

Não agir proactivamente para fazer frente a problema recorrente é estupidez. Política, económica, pura. António Costa falhou. Como tem falhado sempre. Santana não faria pior...

OE 2009 - Imposto sobre Veículos

Já muito se falou sobre este imposto. O velhinho Imposto Automóvel deu lugar, o ano passado, ao Imposto sobre Veículos. Neste último, os efeitos nocivos das viaturas no meio ambiente são muito penalizadores. O rumo traçado e pensado e traçado no passado é para manter e portanto, os efeitos no mercado deste imposto serão os mais díspares. De um lado os não poluentes que vêm aumentadas as isenções, do outro, os poluentes que ficarão mais caros. O aumento do preço final deste tipo de viaturas não será efeito de subida de taxas mas alteração de patamares. Contas feitas vão todos pagar mais pelo carro. A medida é para todos mas eu coloco-me já de parte. Não conto contribuir para a receita deste imposto tão-somente, porque não conto trocar de carro nos tempos mais próximos. A conjuntura não está favorável, para mim, bem como para outros que julgo tomarão igual atitude. Previsivelmente, o mercado automóvel entrará em contracção daí que suspeite da meta colocada pelo Governo no aumento de quase 17% deste imposto em 2009. E se o conseguir, será pelo aumento da carga fiscal e não pelo aumento da massa sujeita a imposto.
Em resumo, menos para os não poluentes, mais para os poluentes. Estes últimos são a grande maioria e o desincentivo do Estado agrava ainda a baixa de procura fruto da previsível recessão. Menos carros vendidos e receita aquém do estimado. Má decisão a meu ver. A forte componente ambiental livra a medida de um sinal vermelho.
Sinal amarelo

Sugestão


Para acompanhar o Orçamento de Estado e principalmente, para ler, em constante actalização, o que se vai escrevendo sobre ele, basta carregar no logo do OE09. O projectoé de Paulo Querido, o mentor da TubarãoEsquilo, a rede de blogues "detentora", entre outros, do Arrastão.

17 de out. de 2008

OE 2009 - Fundo de Investimento Imobiliário para Arrendamento Habitacional

Nomes deste tipo exigem siglas. Aí vai: FIIAH (Manual de iniciação) (pronuncia-se como a Federação Internacional de Automobilismo mas acentua-se o A com um toque de tenor)
É das medidas que mais admiro neste Orçamento de Estado. Tem um custo potencialmente pequeno, não implica despesa, apenas perda de receita parcial, e pode realmente, fomentar o mercado do arrendamento. Tem contra si a enorme núvem de incertezas que paira sobre si. Os pequenos pormenores são importantissimos e podem fazer com que uma boa medida resulte num fracasso. Não seria de estranhar neste Governo que anuncia reformas, prepara reforminhas e no fim deixa tudo igual. Mas quero acreditar que não. Quero acreditar que a medida sortirá resultados e imensas famílias terão uma segunda oportunidade. Dito de outra forma, o Estado assume a sua culpa nesta crise financeira ao apoiar a banca com a injecção de liquidez e as famílias a apresentação deste fundo e outros incentivos fiscais. No fim, ganham todos, se os pormenores não falharem, - banca e famílias fortes são iguais a Estado forte.
Os pormenores a definir são mais que muitos e o Governo deixa para mais tarde a regulamentação. Pessoalmente, acho importante, vital até, que se protejam a família de possiveis, para não dizer certos, abutres. Eles vão rondar a presa e tentar espremer a última gota que ainda existe.
Sinal amarelo
Cheguei ao fim e não usei uma vez a sigla. A primeira frase torna-se inútil mas para não perder mais tempo não a vou apagar. Acabei a frase e apercebo-me que levei mais tempo a escrevê-la do que levaria se decidisse apagar a frase que contém a sigla FIIAH. Toi a endoidecer. Mas o resto da minha sanidade é o suficiente para me dizer que afinal já usei a sigla e portanto, faz todo o sentido a primeira frase do post. E mais a mais, só perdi uns segundos a escrever este parágrafo. Tudo está bem quando acaba bem. Bom fim de semana.

Orçamento fala 642 vezes em despesa e uma em realismo

Este é o título de um artigo (sem link) da edição de hoje do Diário Económico. O artigo limita-se a contar o número de vezes que cada palavra ou expressão, que foram previamente seleccionadas, aparece escrita no documento. Espremendo, é zero. Mas quem precisa de corpo de notícia quando o título diz tudo?
No que toca a despesismo e realismo, estou de acordo com MFL. Já no que toca à proposta do PSD para aumentar o tempo de atribuição de subsidio de desemprego, só pode ser para rir. De um lado fala de despesismo, do outro quer mais benesses. Sinal de senilidade na certa...

Até que enfim, uma boa notícia

Poderão encará-la como ma má notícia. Eu vejo o contrário. É sempre bom quando os indices económicos crescem (ou decrescem) pouco. É sinal de estabilidade. É sinal de que o Mercado se está a ajustar e não está em histeria. Subidas de bolsa record dão em quedas record. O petróleo esteve a 150 dólares, hoje está abaixo de metade desse valor. A Euribor não é excepção. Subiu muito mas descerá para próximo do valor de referência brevemente. Sem grandes pulos e sem sobressaltos... a crise não passou e pode ainda piorar mas há já vislumbre de alguma serenidade na abordagem do problema.

16 de out. de 2008

OE 2009 - Aumento dos salários da função pública

É agora tempo de ver em pormenor o Orçamento de Estado para 2009. Porque discordo, porque é a medida mais eleitoralista e porque me apeteceu, começo pelo aumento de 2,9% anunciado para a função pública. Parece-me exagerado. Não que o não mereçam, mas é exagerado face à conjuntura. Este é o maior aumento desde 2000, feito com base no pior cenário desde essa data.
Mesmo com o aumento, o Governo anuncia que a despesa com a função pública vai diminuir em mais de 12%, - pela diminuição de pessoal e adopção de novas metodologias contabilisticas. É falso. Dito de outra forma, é impossivel comparar a despesa com pessoal entre 2008 e 2009. Por um facto tão simples quanto este. A contabilidade só consegue comparar dados com critérios iguais. Se mudam as metodologias alteram-se os resultados. Se se alteram, deturpam face ao comparatório, não é possivel a comparação. Importa deixa a mensagem de que não à contabilidade artificial nem desorçamentação. Existem apenas novos métodos de cálculo.
Mas há mais, este aumento da despesa ( este parágrafo serve para todas as medidas de incremento da economia que implicam despesa do Estado), está suportado num crescimento que é, já hoje, optimista. Uma pequena derrapagem traduz-se imediatamente em défice pois não existe almofada de sustento. Défice, todos o sabemos são impostos, pagos hoje, amanhã ou depois, mas impostos.
E há ainda outro efeito pernicioso neste aumento. A pressão que coloca nos privados. Os privados que estão, ou estavam, bem de saúde têm aumentado os seus funcionários acima do valor da inflação prevista. 2009 espera-se ano de incertezas e possivel recessão. É legitimo que o patronato se salvaguarde e congele salários. A mensagem do Governo é a oposta...
E é a oposta porque vamos para ano de eleições. Não existe nesta medida justificação para além do eleitoralismo. O incremento da economia por esta via só pode vir da parcela do consumo privado. A que menos interessa na equação do PIB, principalmente em tempo de crise...
Sinal vermelho

Coisas realmente importantes

Não é de espantar esta notícia do Público. É uma situação grave e reveladora da forma como a sociedade portuguesa encara os problemas da sexualidade. Desde os pais ao mais básico programa de entretenimento juvenil (ex: Morangos com Açucar), as questões relacionadas com a sexualidade são tratadas de forma leviana, com muito receio e vergonha por quem será mais responsável.
A ignorância em que o país foi vivendo potenciou um desconforto muito grande na abordagem natural da sexualidade. O sexo foi sempre encarado como o mais íntimo segredo do Homem, sendo que da intimidade para o segredo e vergonha de abertura vai uma grande diferença, e o caminho certo para um sem número de chatices.
Se a utilização prática da contracepção é um mistério para muitos, imaginemos a noção de contágio de doenças para não falar da mais básica responsabilidade que é gerar uma criança.
Um dos motivos porque me opus ao aborto foi exactamente este. Não quero com isto vir levantar novamente a discussão, até porque os resultados têm sido, de certa forma positivos e equilibrados, ao que me parece (não sou conhecedor profundo dos dados oficiais).
Uma sociedade forte é também uma sociedade consciente e aberta. O conservadorismo faz-se da preservação da espécie e não da sua deturpação. Esta situação é, portanto, grave e é importante que o Estado (todos nós) caminhemos no sentido de maior atenção, preocupação, informação e ajuda. É essencial perder a vergonha e perguntar.

Politics

Não fiquei triste por ter perdido o último debate para as presidenciais americanas. Pelo que li por aí, não há nada de novo. De qualquer forma, não posso fazer qualquer comentário porque não assisti, e para comentadores de notícias de jornal já cá temos que baste.
Fica agora a expectativa do que virá antes da eleição de Obama. Sabemos que acontece sempre qualquer coisa - cocaína, uma prostituta, ligação com redes russas ou cubanas e sabe-se lá mais o quê. Sabemos que muitos perderam no último dia, assim. Mas também sabemos que esta tem sido uma das campanhas mais cordiais das últimas décadas, à excepção do tratamento a Sarah Palin (até por cá, no blog anteriormente conhecido como 5 Dias).
Sobra apenas essa dúvida - o que acontecerá? Que trunfo sairá da manga à última? 

15 de out. de 2008

A dúvida

Depois desta fantástica exibição e melhor resultado, resta saber se Queiroz se demite ou é demitido. Só uma atenuante, - sem Deco, Portugal é uma equipa banal.

As 7 vidas do menino guerreiro

Parece que a comissão política distrital de Lisboa, do PSD, votou maioritariamente (ou quase por unanimidade, como diriam os populistas) a favor da candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara da capital.
Torna-se difícil dizer quantas vidas tem Santana Lopes ou até que ponto não tem sentido do real. A verdade é que Santana é mesmo um menino guerreiro, já que não foge do confronto político.
Muitas pessoas duvidarão da sua sobriedade ao atirar-se novamente para uma luta. Dirão até que Santana não sabe fazer mais nada. É possível que não saiba. No entanto, também é legítimo pensar que o homem acredita mesmo no seu potencial e nas suas capacidades políticas. Eu não desacredito. Bem sei que é mais fácil fazer aquela imagem de galã do Jet 7, de que o próprio é responsável, e uma imagem de incompetência baseada em pouca coisa. Mas o que é certo é que mais ninguém parece ter capacidade para disputar a CML com António Costa.
A Câmara Municipal de Lisboa é uma casa do tamanho do país e a eleição para a sua representação, além de mediática, envolve um grande arcaboiço político que Santana tem, indiscutivelmente.
Para a CML não são nada positivas estas investidas. A Câmara precisa de estabilidade, a cidade está um estaleiro, o turismo a aumentar substancialmente, o trânsito um caos, a administração uma confusão burocrática, as empresas públicas uma mixórdia sem sentido e é preciso uma resolução final. A candidatura de Santana vai levantar discussões de que a cidade não precisa e pouco colocará em causa a presidência de Costa, por um motivo simples: ir-se-á centrar no que Santana fez ou deixou de fazer.

Pior que o cego, só o que não quer ver

Portugal está na periferia dos centros decisórios. Essa posição estratégica, faz com que tempestades e bonanças cheguem cá já com algum delay, mas cheguem mesmo assim. Parece-me óbvio e indiscutivel. Exulto todos a discordarem. A caixa de comentários está mesmo abaixo. Devo presumir que um dos comentadores seja Teixeira dos Santos, o mesmo que sabe que os EUA já entraram em recessão, que a Europa vai entrar e mesmo assim, aponta um crescimento de 0,6% (medíocre mas muito acima das possibilidades) para a economia Portuguesa em 2009. Se este crescimento não se verificar, com todas as beneces que está a oferecer e a despesa que deixa aumentar facilmente se afastará dos 2,2% de défice previsto. E este é o ponto fulcral. Só um Estado suficientemente consolidado fianceiramente pode desbaratar dinheiro à boa maneira Keynesiana. Os outros estruturam e reformam... ou deixam andar porque é ano de eleições.

14 de out. de 2008

Eleições todos os anos, JÁ!!!

Nao deixa de ser estranho que num ambiente de grande incerteza e impossibilidade de previsão se avancem com aumentos de 2,9% para a função pública (superiores à inflação esperada). A juntar a este agravamento da despesa, diminuimos os impostos e injectamos, ainda que apenas potencialmente e a titulo de empréstimo, mais de 10% do PIB na banca. Eu ia jurar que as contas do Estado não estavam por aí além... afinal enganei-me.

Argumento contra a ignorância

Resolução de problemas que compete aos Estados e ao poder político.

Foi-se o argumento...

Agora que a Europa tambem tem o seu plano de acção contra a crise financeira, que a mesma Europa disponibilizou à banca a liquidez que esta precisava e que um conjunto de países, que não são uma federação, tomaram um rumo concertado e pragmático na resolução do problema que se lhes deparava, é de estranhar o silêncio de tanta gente...

A luz ao fundo do túnel?

A Euribor deu dois trambolhões em dois dias. Um ontem e outro hoje (no Negócios, no Público). Isto são boas notícias. Desde logo, e ao contrário da gasolina, porque estes dois tombos vão-se transformar em baixas nas prestações do crédito habitação (e outros que lhes estejam indexados), traduzindo-se numa folga ao apertão de cinto a que os Portugueses têm sido sujeitos. Em segundo, e não menos importante, estas quedas da Euribor vêm mostrar que a banca confia de novo em si mesma. Vê os seus indices de liquidez subir e pode operar normalmente outra vez. Voltam a poder apoiar as familias e as empresas pondo o motor da economia real novamente a funcionar. Este não é o momento do fim da crise nem as soluções estão todas encontradas mas a almofada de suporte permite agora uma observação cuidada das causas da crise e o estabelecimento de alicerces sólidos de novo desenvolvimento.

Prós e Contras

O Prós e Contras de ontem, prometia muito. Prometia explicar a crise, prometia serenar os ânimos, prometia uma nova esperança. Para não variar, gorou todas as expectativas. O programa foi frouxo e inócuo. Na cadeira do "réu", sentados não se sabe bem por quem, os presidentes dos 4 maiores bancos a operar em Portugal, arrogaram-se sapientissimos gestores e disseram que o tpc estava feito, - basta esperar que a tempestade passe e a bonança regresse. Portugal está efectivamente, mais longe da crise mas pelas piores razões. A principal é a geográfica. Estamos na periferia da Europa e na periferia dos Mercados. Esta periferia faz com que a crise seja mais suave e chegue mais tarde. Da mesma forma com que fez que os ganhos chegassem mais tarde e mais suaves no passado. Da mesma forma ainda, a recuperação chegará mais tarde e para não variar, mais suave.
Como disse no parágrafo anterior, no palco estavam sentados os 4 homens mais poderosos da banca Portuguesa. Numa panelinha sem precedentes lá foram respondendo a Fátima Campos Ferreira, defendendo a sua posição e tentando passar uma mensagem de segurança e estabilidade. Foi o primeiro programa que vi na íntegra, até aqui nunca o tinha conseguido, e uma coisa é certa, - FCF é uma nódoa. Tentou envenenar, tentou incriminar mas falhou em toda a linha, - a sua fraca preparação traíu-a. Quanto aos big-bosses, Salgado e Santos Ferreira estiveram iguais a si próprios, confiantes e bastante à vontade com o meio. Solidez foi a palavra mais usada quando falaram da sua própria casa e vincaram a ideia de que a CGD, só por ser pública, não é a melhor solução (dos quatro presentes, a Caixa é só a instituição com maior alavancagem, - passivo face aos activos). Fernando Ulrich , é homem de gabinete, não gosta de show-off e o seu pragmatismo salta a cada frase. Mesmo assim, foi quem melhor se defendeu e explicou. Sem surpresas tambem, Faria de Oliveira foi quem ficou pior na fotografia. O presidente da Caixa é já de si apagado e não gosta do papel de actor que lhe reservaram. A Caixa é hoje um banco com uma visão expansionista e mais focada lá fora do que em ser o braço direito do Estado. Ter de parecer cordeirinho e amigo dos pobres entia-o.
E afinal, para quê tanta preocupação, anda tudo bem com as bolsas...

13 de out. de 2008

O regresso

Durante uma semana esqueci números, gráficos, bancos e bolsas. O contacto mais próximo foi mesmo inevitável; - ATM's. Mas tudo acaba e estou de volta ao trabalho, aos números, aos gráficos, aos bancos e às bolsas. Amanhã, também estou de volta à blogosfera.

12 de out. de 2008

Da Instituição enquanto modelo de organização social - o casamento

A sociedade ocidental foi, ao longo dos tempos descobrindo um modelo adequado à sua maior estabilidade e evolução progressiva. O objectivo do Homem sempre foi preservar-se a si e aos seus. É neste sentido que surge a lei civil, de forma a regular todos as relações contratuais. No fundo, trata-se de organizar a sociedade e dar aos seus cidadãos a segurança necessária para a persecução de um bem comum.
É, portanto, um facto que a sociedade tem de se organizar. Para muitos, o modelo instituído pode não ser o melhor ou mais adequado aos seus interesses, mas foi sempre baseado na relação maioria/minoria que ele se estabeleceu.
Se por um lado a lei quer-se geral e abstracta, por outro - sem relativismos - quer também que se trate por igual o que é igual e por diferente o que é diferente.
Com efeito, as relações jurídicas reguladas pela lei civil pressupõem sempre uma ideia de igualdade quando os contraentes estão em pé de igualdade e uma ideia de desigualdade quando estão em patamares diferentes, ou posições diferentes, se preferirem. Acima de tudo, a lei civil deve regular objectivamente essas posições deixando a nu as diferenças óbvias, protegendo-as.
Um dos pilares fundamentais da nossa lei civil é o direito da família. Dentro daquilo que a Humanidade foi concluindo que seria o melhor modelo a seguir para a sua continuidade, o direito da família baseia-se na constituição da mesma por um homem e uma mulher - o dualismo natural essencial para a continuidade. Tanto por motivos biológicos - a não ser que alguém queira dizer que isso não é certo e que no fundo somos todos homossexuais, como eu já ouvi - como por motivos sociológicos e até religiosos, o instituto do casamento, que protege a criação da família no sentido jurídico, nasceu desse dualismo homem/mulher. Inevitavelmente, a regulação incidiu sobre essa relação especificamente, como quem faz uma peça para um Renault e não para um Fiat.
Torna-se lógico pensar que se a lei está feita para aquele género, modificá-la será descaracterizá-la na sua génese, e como tal a noção de casamento deixa de existir para passar a ser outra coisa qualquer.
Destruir a protecção de uma situação jurídica específica pela igualdade ilógica não só é um capricho como falta de inteligência e no limite de boa vontade. A ideia de igualdade baseada no amor não é compatível com a organização destes institutos porque o seu fundamento é organizacional e não emocional.
Se o instituto está a morrer, isso é uma coisa que se pode discutir. Alterá-lo por motivos emocionais é que não.

10 de out. de 2008

Da coragem

Em política é fundamental ter coragem. Os partidos portugueses habituaram-nos, ao longo de três décadas de democracia, a mostrar uma total cobardia no momento de assumir posições impopulares.
Pode parecer que um partido de esquerda, nos tempos que correm, tem de votar favoravelmente a tudo o que são causas fracturantes. Mas não tem, desde que assuma objectivamente a sua posição.
O Partido Socialista sabe que o casamento entre pessoas do mesmo sexo não faz qualquer tipo de sentido, segundo o proposto pelo PEV e BE. Por outro lado, vê-se confrontado com uma esquerda a que tem de agradar - a esquerda moderna, das causas e que vota no PS para que a direita não suba ao poder, num género de estigma incompreensível e ultrapassado, vindo da cabeça do velho Cunhal.
Com tudo isto o Partido Socialista acabou por deixar a sua posição num vazio. Ninguém sabe ao certo o que pensa o Partido Socialista e que ideia de sociedade tem o partido do governo.
É vergonhoso para a democracia ter um partido destes a governar. A sede de poder está lá espetada com um pionés, para quem quiser ver. Tudo no PS é relativo e escorregadio, como sempre foi. É o aparelho que se tem de preservar. Felizmente para os socialistas, a minoria que apoia activamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é suficiente para lhes cortar as pernas nas próximas legislativas. É uma cobardia calculista.

7 de out. de 2008

Poupanças? Quais poupanças?

Entrar no site da RTP e ver este conjunto de notícias (I, II, III) dá vontade de perguntar: "quais poupanças, senhor engenheiro?"
Há quem não compreenda porque a taxa só aparece no monitor, não tem correspondência real.

Um capricho estúpido

Faltam poucos dias para a discussão sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Assembleia da República. Só a discussão sobre uma coisa ilógica é em si estúpida.
Talvez seja um sinal claro que a sociedade, e principalmente os filhos (e os netos) do Maio de 68 perderam a noção do que é o direito civil. Só pode ser quando se fala de "igualdade". É tão absurdo falar de desigualdade aqui como de problemas de segurança em tempo e em terreno de guerra.
Muito se tem dito sobre este assunto e não vale a pena eu vir tentar acrescentar alguma coisa. A única observação que faço é que se a sociedade começar a ceder a caprichos estúpidos e adolescentes, desrespeitando a génese da lei, ou o conceito etimológico (para o yuppie boy aqui fica o dicionário) dos regimes e institutos jurídicos, corremos o risco de perdermos o sentido de comunidade. A forma, aliás, como a esquerda tem seguido este caminho de modo a acabar com "a instituição" é assustadora e um espelho da mente complexada que ainda traz do antigo regime. Se acham que a igualdade se consegue por carprichos...

O homem de quem se fala*

«As poupanças dos portugueses estão garantidas pelo Estado, mas o Estado cumpre o seu dever também apoiando as famílias e, em particular, as mais carenciadas»

*Ainda há 2 dias dizia ele que estava em sintonia com o Presidente. Este homem não pára.

6 de out. de 2008

Estou em casa...

aqui, é ao virar de cada esquina

5 de out. de 2008

O Ilusionista


O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu ontem que Portugal vive “tempos difíceis” e que a realidade não pode ser “iludida pelos agentes políticos”.

A way of life!



E o que tem este vídeo a ver com o Sociedade em Comandita? Não diz mal do Sòcras, nem do Bush, não diz mal do mercado, nem pretende provocar a blogosfera... O que está este post aqui a fazer então? Não interessa. Isto de ser o anarca, mais ou menos ausente, do blogue tem de ter estas vantagens, colocar um post absolutamente nada a ver com o resto do que é escrito.

Assim de repente

Vinha a ouvir na rádio pequenas partes do discurso do 5 de Outubro do Presidente da República. De seguida ouvi as declarações de José Sócrates e só por pouco não tive um acidente de automóvel com o ataque de riso que me provocaram as declarações do Primeiro-Ministro. Começa a ser irritante a forma como este homem tenta. Ele tenta dar uma imagem positiva e clean de si. Ele tenta que o país acredite em si. Ele tenta acreditar nele próprio. Ele tenta ser Primeiro-Ministro.
O discurso de Cavaco era curiosamente a alertar para essas tentativas e outros malabarismos políticos.
Às vezes tenho vergonha da democracia em que vivo.

4 de out. de 2008

He's alive, he's alive

Santana vai ser o candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa. Vai travar uma batalha feroz com António Costa e o desfecho é imprevisivel. Já Manuela Ferreira Leite não tem igual sorte. Tem já a derrota garantida seja qual fôr o desfecho da eleição. Se PSL ganhar, é uma vitória pessoal e prova a importância que tem dentro do partido. Se PSL perder, perdem os dois e MFL fica ligada ao populismo Santanista que tanto critica.

3 de out. de 2008

O plano Paulson está aí...

Finalmente a luz verde. Depois de chumbado, reformulado e posteriormente aprovado pelo Senado, ele aí está. A Câmara dos Representantes acabou há pouco, de o votar, favoravelmente. Fico a aguardar as palavras de Kucinich...

Amigos como dantes

Joe Biden mostrou experiência, apenas a suficiente para não cair na presunção. Sarah não cometeu erros. O primeiro ganhou, mas a segunda não perdeu...

Lançar uma campanha de um banco de investimento nos tempos que correm ou é uma anormalidade gritante ou é uma anormalidade gritante.

What goes around, comes around


O petróleo está na sua fase descendente. A crise dos mercados financeiros e o abrandamento da economia, fala-se já em recessão, levam a uma diminuição da procura de petróleo. A ajudar à festa, os investidores estão a refugiar-se no ouro e na platina, retirando ainda mais liquidez ao mercado do petróleo. É portanto normal que o seu preço esteja em queda. Hoje ronda os 90 USD/barril mas há já vozes a falar em 50. E para trás? Em Julho deste ano? 143. Em Outubro do ano passado? 75. Há uma semana? 110. Há duas? 90. Ha um mês? 115. Longe vão os dias da linha de tendência a acompanhar a linha de preços efectivos. Hoje é a montanha-russa, o vai e volta. Prever, é hoje tão fulcral quanto impossível...

2 de out. de 2008

Esperemos por melhores dias...

Jean Claude Trichet não quiz baixar as taxas de juro. Não ouviu o conselho que aqui deixei e decidiu manter a taxa referência em 4,25%. Mas o discurso mostra uma viragem. Trichet diz que as "tensões inflacionistas diminuíram", - não admira, ninguém tem um tusto que seja, e mostra alguma abertura na redução de juros. Esta redução tenta, e este é o ponto fulcral, contrariar a estagnação da economia, diminuindo o preço do dinheiro necessáro ao investimento. A baixa das taxas de juro é sempre um incentivo ao investimento. O sentimento de oportunidade gera o efeito mola, sem dúvida, mas crises como esta cravam na terra espigões que tendem a anular esse efeito. Um deles, é o risco. Períodos de expansão são-lhe propícios, períodos de recessão são-lhe avessos, em dobro. A enchente de créditos tóxicos, a nova moda do léxico económico, cria desconfiança na banca e leva-a a políticas de risco mais apertadas fazendo com que só os investimentos "certos" sejam passiveis de ser financiados. Corta-se o joio mas atrofia-se o trigo. Este atrofiar do investimento é sempre pago a médio prazo... daí a tendência para as crises levarem tanto tempo a desaparecer.

O Mercado onde ele mais doi

Ordem e estudantes denunciam um aumento do número de vagas nos cursos de direito, a seu ver irresponsavel e injustificavel, com base no pressuposto da saturação do mercado. Será legitimo impôr "numerus clausus"?
A advocacia exercida em escritório próprio ou no seio de uma sociedade é uma actividade privada. Logo, não pode ser restringida. Quem quiser arriscar tirar o curso e tentar singrar na profissão deve fazê-lo. Deve ser dada oportunidade a todos, mesmo que alguns tenham necessariamente que ficar pelo caminho ou morram após a meta.
Já no caso da magistratura o caso é diferente pois aqui, o empregador é o Estado. Não existe mercado porque não existe concorrência, - existe um único empregador que deve progamar as suas necessidades de recursos humanos e limitar o acesso aos cursos. O "numerus clausus" é aqui a entrevista. Não vale a pena formar, e porque não dizer pagar a formação, 1000 quando só precisamos de 100.

A operação de cosmética

O Senado aprovou ontem o tão badalado plano Paulson. Entre a votação da Câmara e a do Senado, foi retocado e embelezado. Bastou juntar uns milhares (neste texto falaremos sempre em milhões, seja, milhares de milhões ou meras unidades de milhão) de dólares para garantir os depósitos dos americanos e a lei passou de polémica a defensável e até louvável. Paulson e Bernanke acreditam piamente no que apresentam, - julgam a lei capaz e sabem-na solução para o impasse que se criou. Mais, sabem que só com este plano, podem voltar às rédeas e colocar ordem no Mercado. O aumento da garantia dos depósitos, é algo que não aflige o plano. É marginal. E é marginal por uma razão simples. Se a banca e todo o sistema financeiro entrassem em colapso, o Tesouro teria de ser o garante do Americano comum, pois os depósitos desapareceriam e deixariam m país literalmente a tenir. Nessa altura, com a banca descapitalizada, só o Tesouro poderia fazer face à situação e restituir o devido aos cidadãos. Paulson e Bernanke sabem isto, certamente muito mais, e reagem por antecipação tentando não pagar essa perda, mantendo o sistema em movimento. Quando anunciam um plano para salvar a banca estão tambem a salvar o contribuinte, pois garantem a liquidez, garantindo a existência fisica dos depósitos. Daqui se percebe que a grande alteração não passa de cosmética, ou se preferirem, colocar o risco no papel.

1 de out. de 2008

Resultados Operacionais

A TAP anunciou prejuízos de 133 milhões de euros entre Janeiro e Agosto deste ano. Destes 133, 128 milhões devem-se ao aumento de combustivel face a igual período do ano passado. O combustivel é um custo variável nas contas da TAP (só uma infima parte é fixa). Se o custo aumenta, as receitas terão de cobrir esse aumento. Tal não aconteceu na TAP e daí, o prejuízo. Nenhuma empresa se pode dar ao luxo de ter resultados operacionais negativos, como é aqui o caso, a menos que possua liquidez suficiente para atravessar esse período e com isso afunde a concorrência. Tambem aqui, não parece ser o caso da TAP que mal conheceu os seus resultados lançou-se na preparação e implementação de um plano de contenção de custos. Parece-me portanto óbvia a conclusão; - se os custos aumentam, e não os podemos minorar, temos de aumentar as receitas. Subir o preço dos bilhetes é uma hipotese. Real combate ao desperdicio, é outra...

Estátua de Jardim com 50 mts proposta pelo PND








O partido conservador das campanhas radicais está de volta.