2 de out. de 2008

A operação de cosmética

O Senado aprovou ontem o tão badalado plano Paulson. Entre a votação da Câmara e a do Senado, foi retocado e embelezado. Bastou juntar uns milhares (neste texto falaremos sempre em milhões, seja, milhares de milhões ou meras unidades de milhão) de dólares para garantir os depósitos dos americanos e a lei passou de polémica a defensável e até louvável. Paulson e Bernanke acreditam piamente no que apresentam, - julgam a lei capaz e sabem-na solução para o impasse que se criou. Mais, sabem que só com este plano, podem voltar às rédeas e colocar ordem no Mercado. O aumento da garantia dos depósitos, é algo que não aflige o plano. É marginal. E é marginal por uma razão simples. Se a banca e todo o sistema financeiro entrassem em colapso, o Tesouro teria de ser o garante do Americano comum, pois os depósitos desapareceriam e deixariam m país literalmente a tenir. Nessa altura, com a banca descapitalizada, só o Tesouro poderia fazer face à situação e restituir o devido aos cidadãos. Paulson e Bernanke sabem isto, certamente muito mais, e reagem por antecipação tentando não pagar essa perda, mantendo o sistema em movimento. Quando anunciam um plano para salvar a banca estão tambem a salvar o contribuinte, pois garantem a liquidez, garantindo a existência fisica dos depósitos. Daqui se percebe que a grande alteração não passa de cosmética, ou se preferirem, colocar o risco no papel.

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