14 de out. de 2008

Prós e Contras

O Prós e Contras de ontem, prometia muito. Prometia explicar a crise, prometia serenar os ânimos, prometia uma nova esperança. Para não variar, gorou todas as expectativas. O programa foi frouxo e inócuo. Na cadeira do "réu", sentados não se sabe bem por quem, os presidentes dos 4 maiores bancos a operar em Portugal, arrogaram-se sapientissimos gestores e disseram que o tpc estava feito, - basta esperar que a tempestade passe e a bonança regresse. Portugal está efectivamente, mais longe da crise mas pelas piores razões. A principal é a geográfica. Estamos na periferia da Europa e na periferia dos Mercados. Esta periferia faz com que a crise seja mais suave e chegue mais tarde. Da mesma forma com que fez que os ganhos chegassem mais tarde e mais suaves no passado. Da mesma forma ainda, a recuperação chegará mais tarde e para não variar, mais suave.
Como disse no parágrafo anterior, no palco estavam sentados os 4 homens mais poderosos da banca Portuguesa. Numa panelinha sem precedentes lá foram respondendo a Fátima Campos Ferreira, defendendo a sua posição e tentando passar uma mensagem de segurança e estabilidade. Foi o primeiro programa que vi na íntegra, até aqui nunca o tinha conseguido, e uma coisa é certa, - FCF é uma nódoa. Tentou envenenar, tentou incriminar mas falhou em toda a linha, - a sua fraca preparação traíu-a. Quanto aos big-bosses, Salgado e Santos Ferreira estiveram iguais a si próprios, confiantes e bastante à vontade com o meio. Solidez foi a palavra mais usada quando falaram da sua própria casa e vincaram a ideia de que a CGD, só por ser pública, não é a melhor solução (dos quatro presentes, a Caixa é só a instituição com maior alavancagem, - passivo face aos activos). Fernando Ulrich , é homem de gabinete, não gosta de show-off e o seu pragmatismo salta a cada frase. Mesmo assim, foi quem melhor se defendeu e explicou. Sem surpresas tambem, Faria de Oliveira foi quem ficou pior na fotografia. O presidente da Caixa é já de si apagado e não gosta do papel de actor que lhe reservaram. A Caixa é hoje um banco com uma visão expansionista e mais focada lá fora do que em ser o braço direito do Estado. Ter de parecer cordeirinho e amigo dos pobres entia-o.
E afinal, para quê tanta preocupação, anda tudo bem com as bolsas...

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro yuppie,

Seja muito bem "regressado" do paraiso da Vodka.

Pois eu ontem tambem achei que ia aprender qualquer coisa, resta-me o consolo da sua súmula.
A grande novidade de ontem, para mim, foi que efectivamente a "banca portuguesa" está de boa saude e recomenda-se..
Adorei a nota que não há credito pessoal "relevante" concedido pelos 4 magnificos - a quem pertencerá a Credibom, o Credibanco?

Cump/.

Yuppie Boy disse...

A percentagem de negócio afecta ao Crédito Pessoal (de consumo) é efectivamente pequena quando comparada com o Crédito Hipotecário + Crédito a Empresas + Crédito ao Investimento. Mas o importante para a banca portuguesa não é isso. A mensagem que queriam passar, e Ricardo Salgado disse-o claro e bem, é de que o Crédito ao Consumo concedido pela banca apenas está acessivel a clientes cujo historial está bem traçado daí que o risco de incumprmento seja menor (bem como as taxas de juro).