2 de out. de 2008

Esperemos por melhores dias...

Jean Claude Trichet não quiz baixar as taxas de juro. Não ouviu o conselho que aqui deixei e decidiu manter a taxa referência em 4,25%. Mas o discurso mostra uma viragem. Trichet diz que as "tensões inflacionistas diminuíram", - não admira, ninguém tem um tusto que seja, e mostra alguma abertura na redução de juros. Esta redução tenta, e este é o ponto fulcral, contrariar a estagnação da economia, diminuindo o preço do dinheiro necessáro ao investimento. A baixa das taxas de juro é sempre um incentivo ao investimento. O sentimento de oportunidade gera o efeito mola, sem dúvida, mas crises como esta cravam na terra espigões que tendem a anular esse efeito. Um deles, é o risco. Períodos de expansão são-lhe propícios, períodos de recessão são-lhe avessos, em dobro. A enchente de créditos tóxicos, a nova moda do léxico económico, cria desconfiança na banca e leva-a a políticas de risco mais apertadas fazendo com que só os investimentos "certos" sejam passiveis de ser financiados. Corta-se o joio mas atrofia-se o trigo. Este atrofiar do investimento é sempre pago a médio prazo... daí a tendência para as crises levarem tanto tempo a desaparecer.

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