29 de set. de 2008

É tempo de mudar a estratégia

As taxas Euribor a 3 e 6 meses, as mais utilizadas no Crédito Habitação em Portugal, bateram hoje os seus máximos históricos. Estão hoje, nos 5,237% e 5,315% respectivamente. Os constantes sinais de instabilidade transmitidos pelo Mercado criam um clima de desconfiança e levam a banca a guardar a sete chaves uns trocos que ainda possui em vez de os emprestar aos congéneres. Estas subidas, não têm ainda efeito prático no bolso dos Portugueses, pois as taxas só são revistas pontualmente, conforme a Euribor contratada. Esta subida constante (a Euribor 3 meses sobe há 14 sessões seguidas) vai ser um verdadeiro murro no estômago de quem já tem o orçamento esticado ao limite.
A política do BCE tem privilegiado a contenção da inflação com base na manutenção dos juros altos. Dinheiro mais caro, menos consumo. Nesta fase, tal raciocinio não é verdadeiro, tão somente, porque a família média Portuguesa, e a Europeia tambem, experimenta o maior apertão do cinto dos últimos anos. Um aliviar das taxas de juro permitiria o oxigénio necessário e com certeza não levaria à febre de consumo que o BCE tanto teme.
Os juros altos têm ainda um outro efeito pernicioso, - o incumprimento. Prestações altas, fruto de juros altos, podem levar as famílias a deixar de pagar a prestação. Esta situação arrasta não só as famílias para as listas negras da banca, aumentando assim os ditos créditos tóxicos. É altura de o BCE mudar de estratégia. Ajudar as familias para ajudar a banca, ao invés de crucifcar as familias para ajudar a banca.

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