29 de ago. de 2008

Perdoem-me o cepticismo

Durante a semana, foi muito noticiada a nova legislação que proíbe a cobrança de comissões nas renegociações de créditos à habitação (CH) e a exigência de subscrição de produtos para baixar o spread comunmente denominado cross-selling (não deixa de ser curioso facto de Faria de Oliveira ter dito em entrevista há menos de 1 mês que em 2009, a Caixa, o banco do Estado, o reforço do cross-selling era uma das prioridades). Todos aplaudem esta nova legislação e dão o problema como resolvido. Continuo céptico. E por três razões principais.
A primeira prende-se com uma questão puramente legal. O meu conhecimento é aqui diminuto mas na minha interpretação o diploma centra-se no crédito habitação puro. Ora a maioria dos créditos tem associado um crédito complementar (multi-opções, obras, credinvest, etc) o que vai dar liberdade aos bancos de continuarem a manter as condições de renegociação. Isto porque o valor do CH não pode nunca ser alterado e está sempre dependente do ou dos outros financiamentos.
A segunda passa pelo preçário da banca em Portugal. O CH deve ser entendido como um produto âncora de fidelização de cliente e reforço do banco perante o mercado. É um produto que "não dá lucro" directamente - por exemplo, é dito com relativo à vontade que o BCP e o BPI estão neste momento a comprar dinheiro ao Santander a uma taxa de 6% (obviamente não posso confirmar isto); se levarmos em linha de conta que a Euribor está nos 5% (valor aproximado) só os clientes com spreads acima de 1% dão lucro, todos os outros dão prejuízo. O grosso lucro vem em todos os outros serviços/produtos que o cliente subscreve, o chamado mosaico de reforço. Parece portanto óbvio, que já que não podem "obrigar" o cliente a subscrever os produtos vão ter de subir o preço do dinheiro no CH.
A terceira está intimamente ligada com a segunda. Esta legislação aposta na concorrência do mercado para ter efeitos. Mais concorrência, spreads mais baixos. Em teoria funciona. Mas não na prática. Muito menos, entre os dois maiores bancos que combinam entre si todos os seus passos. Ou seja, a cartelização é de tal ordem que vão todos fixar um preço minimo. Veremos se esse preço é inferior ou superior ao agora praticado.
Este post é puramente especulativo e não se baseia em nenhum facto em concreto.

28 de ago. de 2008

Segurança

Assaltos a bancos, assaltos a bombas de gasolina, carrinhas de valores que explodem em plena Auto-Estrada, assaltantes alvejados mortalmente são agora cenas banais do nosso dia-a-dia. O Portugal pacato e tranquilo é já passado. E o pior, ninguém faz nada. Absolutamente nada. O maior partido da oposição pede a demissão do MAI num comunicado onde só critica a postura de Sócrates e nem mais uma palavra – tirando Aguiar Branco que gosta de aparecer. Sócrates nem se dignou responder nem reiterou a confiança em Rui Pereira. Não é necessário. Ninguém ouve o PSD mudo. Mais radical, a esquerda critica as forças da autoridade e ignora a estatística. Entre o lado fracturante e o lado da razão escolhem sempre o fracturante. Ainda assim, sempre foi o garante de meia dúzia de poltronas na Assembleia. Do outro lado da barricada, grita o MMS que num discurso medieval apela a mais prisões preventivas, trabalho para os presos, fim do cúmulo jurídico, entre outras. Já o PP preferiu tentar encurralar o governo. Com o pedido de convocação de uma reunião extraordinária da Comissão Permanente, que a maioria PS inviabilizou, consegue duas coisas: - passa a ideia de poder marcar a agenda política (o PS mostra abertura para debater o assunto com Rui Pereira presente na CP do próximo dia 9) e consegue sacar a Ricardo Rodrigues (vice da bancada socialista) a declaração que a seguir transcrevo: “Não entendemos que a situação que se vive no país seja de tal forma extraordinária que fundamente a convocação extraordinária da Comissão Permanente” que só vem provar a alienação da realidade e receio em discutir o tema por parte do PS.

27 de ago. de 2008

Se calhar, a automotora nem sequer descarrilou...

Inquérito preliminar não encontra causas para o acidente na linha do Tua. (link)

26 de ago. de 2008

A Educação que temos e que "queremos"

O Expresso do passado dia 23 de Agosto noticia o seguinte:

"Luís, 15 anos, já mudou várias vezes de escola e chumbou a oito das nove disciplinas curriculares do 6º ano de escolaridade. Só passou a Educação Física. Apesar deste resultado, passou para o 7º ano e está inscrito noutra escola vizinha. Aconteceu na EB 2,3 Vasco Santana, em Odivelas, e nao é caso único no país. Isto acontece porque o objectivo é dimimuir o número de repetências, aumentar os alunos com escolaridade obrigatória e garantir que jovens como Luís não saiam dos sitema educativo, com 15 anos, sem obterem os instrumentos básicos a ter uma profissão."
adaptei e deu qualquer coisa como isto,

"Luís, 15 anos, é um puto impecavel com queda para a brincadeira, parvoeira e alguma poeira. Já mudou várias vezes de escola e chumbou a oito das nove disciplinas curriculares do 6º ano de escolaridade. É evidente que Só passou a Educação Física. Apesar deste resultado, passou para o 7º ano e está inscrito noutra escola vizinha. - Livra!!! Deixou de ser responsabilidade nossa, confessa aliviado o Presidente do Conselho Executivo da Vasco Santana. Aconteceu na EB 2,3 Vasco Santana, em Odivelas, e nao é caso único no país. Isto acontece porque o objectivo único é dimimuir o número de repetências, aumentar os alunos com escolaridade obrigatória, nem que seja à força, e garantir que jovens como Luís não saiam dos sitema educativo, com 15 anos, sem obterem os instrumentos básicos a ter uma profissão. Mais quais instrumentos, se o puto chumba a tudo?"
Não consigo entender como é que medidas como esta fazem crescer o país. Não consigo mesmo... Mas devo ser eu.

25 de ago. de 2008

Qual Sherlock...

O anonimato é algo dificil de se manter nesta nossa sociedade da informação. Havia por aí um comentador, pensávamos nós comentadora, que pontualmente vinha deixar os seus presentes envenenados. O facto de não se identificar e ser bastante assertivo nos comentários, que o diga o amigo Crosta, desde logo nos aguçou a curiosidade. Investigámos tudo, vimos IP's, inquirimos pessoas, torturámos até, mas nada. Nem rasto nem pistas. Mas estes senhores querem mais, querem sempre mais e mal tenham oportunidade expõem-se. Estava calmamente a ver o telejornal quando me aparece o maquinista da automotora que descarrilou no Tua a apresentar a sua teoria da conspiração (link da notícia). Basta comparar com este comentário e percebemos que a "the girl from yesterday" afinal é um homem e conduz automotoras na CP. Meu caro, envie um dossier completo por mail e o Sociedade promete um post bombástico. Daqueles que fazem descarrilar composições...

23 de ago. de 2008

Da desonestidade política

Vejo em rodapé no Telejornal, e por isso sem saber realmente do que se trata, que o PSD pediu a demissão do ministro Rui Pereira. Suponho que tal "exigência" do maior partido da oposição tenha base na última vaga de assaltos.
Este espasmo do PSD é de uma anormalidade que não se compadece com o sentido de Estado e realismo político que é exigível a um partido como aquele.
Num golpe populista sem qualquer sentido, o PSD esqueceu o verdadeiro problema que desencadeou esta crise social, que tem como nascente a crise económica, e pelo qual é irremediavelmente responsável, ou um dos responsáveis, em bom rigor.
Se há coisas de que a democracia não precisa é destas investidas alarves.

Adenda: Aqui fica o link da notícia.

22 de ago. de 2008

Descarrilamento no Tua

Esperemos que desta vez, a culpa não morra solteira. A incompetência e leviandade neste país ultrapassaram todos os limites.

Uma pergunta

Qual a diferença entre um Estado central, uma Federação e uma região autónoma?

Um post que prova até onde podem ir os anti-atletas deste país

A Cristiane está f

alemã Christiane Felscherinow --protagonista do best-seller da década de 70, "Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída"-- voltou a ganhar destaque na imprensa alemã por, supostamente, ter voltado ao vício, aos 46 anos de idade.

It's stupid economics


- Quanto é que custa?
- Mil euros.
- E o que é que faz?
- Absolutamente nada.
- Tem a certeza?
- Tenho.
- Absoluta?
- Sim.
- Quanto custa?
- Mil euros.
- E tem a certeza que não faz absolutamente nada?
- Tenho.

'I am rich' exibe pedra preciosa vermelha na tela do aparelho.

21 de ago. de 2008

Antes que o rapaz tenha mais um ataque de histeria

Começo pelo fim.
A histeria de um comentário a um comentário meu no post anterior que reza assim: "Ele é o MAIOR e pqp todos os detratores dos nossos atletas. Olhem-se ao espelho e vejam o que já fizeram aqui pelo burgo." (sublinhados meus), revela que yuppie boy é uma pessoa histérica e sem grande equilíbrio mental. Confunde um gosto pessoal com uma competição entre críticos da participação e atitude portuguesa nos jogos. Isto é um sinal evidente de infantilidade, falta de capacidade de interpretação e de discussão de assuntos importantes, que não têm propriamente a ver com os 7 metros, ou 44 segs com que despropositadamente argumenta. Esse despropósito - leia-se bem despropósito - revela-se também noutros temas.
Num dos posts que escreveu nos últimos dias comparava as estratégias económicas dos EUA e da UE. Chamei-lhe à atenção que eram conceitos diferentes. Tentei que percebesse que o âmbito das duas e a sua estruturação é diferente já que um é um Estado soberano e o outro é uma união de Estados soberanos que têm uma economia diferente uns dos outros, embora comum em eixos gerais.
Não quis entender, ou não teve capacidade para isso, e resolveu fazer mais um post histérico a falar de bugalhos quando eu estava a falar de alhos.
Ou este rapaz tem um problema mental grave que o faz ser bronco ou estão é simplesmente ignorante. Se for apenas ignorância não deixa de ser grave a arrogância com que a ostenta, fazendo o papelinho ridículo de trazer uma linguagem que acha que domina para uma discussão ao lado.
Tinha prometido não responder mais às suas provocações infantis. Até porque não tenho gosto em humilhar os ignorantes ou as crianças, mas a forma como achincalha o meu nome é abusiva e mal educada e isso não posso permitir. A histeria desta vez levou-o ao insulto gratuito e animalesco, sem razão alguma. Esperemos que se retracte, o pobre rapaz.

P.S.: acrescento apenas que o euribor, e o trip320, o rts40 e o resto são conceitos que à maior parte das pessoas não interessam. No mundo há coisas ainda mais importantes para perceber antes desses conceitos. Como é apressado quis conhecê-los antes de saber história, filosofia, geografia, etc. Faz dele um pseudo-liberal. Quer ser uma coisa para a qual não tem capacidade intelectual mostrando um certo "novo-riquismo" de conceitos. A prova disso será a forma como vai responder a este post. Vai dirigir-se a uma parte específica do meu texto e nem irá reflectir naquilo que fez, porque para ele isto é uma luta de galos. Coitadinho!

A fortuna ao dia #13

Nélson Évora - Medalha de Ouro no triplo-salto

Espaço de mal-dizer

O gadget do milénio já está a dar raia.

20 de ago. de 2008

a/c Crosta

Para que perceba como é que a fixação da taxa de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE) pode influenciar o dia-a-dia dos Portugueses deixo-lhe aqui este apontamento. Julgo que até já aqui escrevi algo sobre isto mas nunca é demais repetir. Principalmente com cepos como você.
O BCE fixa a taxa de juro para a zona Euro (existem países extra zona Euro que tambem usam esta referência). Este é o preço a que a banca pode comprar o dinheiro. Mas nem toda a banca compra dinheiro directamente ao BCE. A grande maioria do dinheiro transacionado é-o entre Instituições de Crédito (IC's). Obviamente, a um preço mais alto. Essa taxa de juro (preço do dinheiro entre IC's), é fixada por 52 dos maiores bancos da Europa sendo o único banco Português presente a Caixa Geral de Depósitos. Percebeu até aqui? Pois bem, acabei de lhe apresentar a Euribor, a puta da taxa que lixa a paciência aos Portugueses. Está bom de ver que quanto maior fôr a taxa de juro do BCE maior será a Euribor e portanto (na esmagadora maioria dos casos) a prestação a pagar. Se fizer contas ao orçamento mensal das familias facilmente vê que sobra menos. Menos dinheiro disponivel menor consumo. Este menor consumo, normalmente acompanhado de menor investimento, abranda a economia e permite controlar a inflação. Isto no cenário actual Europeu; - para o americano basta fazer o exercicio ao contrário. Capice?
o post vai desformatado para ver se percebe melhor

BCE vs FED ou um pau de dois bicos

As recentes quedas nas bolsas americanas e as declarações de Kenneth Rogoff (antigo economista-chefe do FMI) vêm aumentar ainda mais as dúvidas quanto à recuperação da economia Americana. São claros os sinais de que algo vai mal na economia do Tio Sam. As bolsas caiem, os Write-downs são constantes, fala-se na nacionalização de gigantes do crédito habitação (o subprime ainda a fazer vitimas) e mesmo na falência de grandes instituições de crédito. Resumo, a economia ainda está em recessão e a bonança tarda.


Esta crise americana é correspondida na Europa. No entanto, a metodologia e abordagem na busca da solução são completamente díspares. A Europa, à custa de uma subida gravosa das taxas de juro, quer controlar a inflação, consolidar a economia e criar uma base sólida. Os EUA preferiram fugir para a frente com taxas de juro sedutoras perspectivando investimento e crescimento económico. Para já, só conseguiram uma inflação galopante e tapar buracos que anos de crescimento desenfreado foram cavando.

Os resultados provam que nem uma nem outra estratégias são adequadas. A solução está certamente num ponto entre estes dois limites. Mas de nada valerá encontrá-lo se não se conseguir incutir confiança nas duas economias. Sem falsas expectativas (expressão na moda em Pequim) e sem dramatismos, o discurso terá de ser rigoroso e verdadeiro. A informação é uma parte fulcral do sucesso. É importante que toda a população esteja ciente da realidade para com ela poder lidar.

Institutos e anti-institutos

O Presidente da República vetou politicamente a Lei do Divórcio e devolveu-a à Assembleia da República.
Esperava ansiosamente por esta decisão do Presidente porque me parece um tema fundamental para o futuro da nossa noção de família e casamento.
Muito se tem falado sobre o casamento, nos últimos tempos. Julgo que maior parte das pessoas que o fazem não compreendem bem o instituto, a sua génese, e isso é fulcral para analisar questões como esta que se coloca com o divórcio. A problemática que envolve o novo regime do divórcio tem que ver com a culpa (sentido jurídico) e com a protecção do cônjuge que fica em situação mais precária, ou mais desfavorável, se preferirem.
Na questão da culpa temos que esta se prende com o facto de um dos cônjuges, o culpado, não ter cumprido os deveres matrimoniais que vêm previstos no art. 1779º do Código Civil (se não estou em erro, perdoem-me, mas estou sem legislação onde me encontro). Compreende-se o casamento como uma comunhão plena de vida e não como um simples contrato que pode ser afastado e levianamente incumprido pelas partes. O não cumprimento dos deveres matrimoniais implica uma quebra de expectativas de vida do outro cônjuge, cujo estado civil se alterou com a ideia de perpetuidade, ideia vinda da lei.
Eu iria mais longe na questão da culpa, e tal como o Professor Pereira Coelho, defendo que ninguém pode ser sancionado (sentido jurídico) sem culpa. Mas deixarei isso para outra altura.
Para já, esperemos pela alteração do diploma na Assembleia da República e veremos como tudo isto termina.

A maçonaria está cada vez mais aberta, até já faz publicidade


Ou então não!

19 de ago. de 2008

Eu não percebo nada de desporto, é verdade, mas percebo de outras coisas bem mais importantes

"Entrar neste estádio cheio bloqueou-me um pouco. Acabei a prova fresco, o que é estranho."

""As pernas não responderam ao tiro de partida. Queria baixar dos 21 segundos, mas tem de se aprender com as contrariedades. Eu gosto de aprender. Foi bom ter apanhado aqui este banhozinho, esta tareiazinha e agora ir para casa descansar"

"Não sou muito dada a este tipo de competições"

"Não consigo é lidar muito bem com o facto de nestas provas fazermos só três lançamentos. Em Portugal normalmente há sempre seis."

"Foi por pouco tempo e não deu para nada"

(roubado sem maldade ao Carlos do Carmo Carapinha, no 31 da Armada)

Vai-se a ver...

Noticias como esta, deixam-me sempre intrigado. Não era MFL a salvadora e unificadora do PSD? O que é que terá levado Jardim a mudar tão rapida e radicalmente de ideia?

Chávez em discurso anti-capitalismo

"A terra não é propriedade privada, a terra é propriedade da nação." [Principalmente a que tem petróleo.]

Quantas PUBs destas ficaram na gaveta?


Vanessa és linda!

18 de ago. de 2008

Dedicada ao Carlos Nunes Lopes do 31

Vanessa Fernades - Medalha de Prata no Triatlo

15 de ago. de 2008

Não há duas sem três

Depois do fogo artificio feito entre quatro paredes e da menina que encantou mas não cantou, agora o milagre da multiplicação. Afinal, as 56 crianças de supostamente 56 etnias eram todas da etnia han. Ora aí está a grande diversidade...

14 de ago. de 2008

Sempre a pensar nos leitores

Um estudo estatistico intensivo mostrou que este blog apresentava poucos comentários face aos milhões de visitantes diários que tem. Criámos de imediato uma comissão para investigar o sucedido e agora, passados 2 meses chegam os resultados. Ao que parece, os nossos leitores não gostam das letrinhas de verificação. Aliás, nem nós. Mais, não temos ainda culpados para as letras terem aparecido no nosso blog mas uma outra comissão está já a investigar. Assim, e a partir de hoje, não há letrinhas para ninguem e é comentar à vontade.

Da responsabilidade

O que a mim mais me aflige em toda a história do miúdo que foi morto por dois tiros da policia é a forma precipitada com que todos reagiram. É certo que a perda de uma vida é algo que choca e que a todo o custo tem de ser evitado, tanto neste caso como no de Loures. São vidas humanas e portanto a acção tem de ser pensada e repensada. Isto é bom senso. É portanto lógico que o policia que atirou mortalmente no miúdo não o queria matar. Parece-me irrefutavel. Outro facto irrefutavel é a morte com tiros de um soldado da GNR. Algo correu mal no processo. Investigue-se e culpem-se os culpados. O pai, o cúmplice e/ou o policia. Mas culpem-se após a investigação. Não é responsavel sair por aí a atacar os assaltantes ou a policia. A questão torna-se tão mais ridicula quando vemos a direita a atacar um lado e a esquerda outro. Há dois culpados que me parecem óbvios quer por negligência quer por uso indevido de escudo humano, este último gravissimo. O terceiro culpado sê-lo-á ou não. Até lá, deixem-se trabalhar as instituições competentes e acreditemos que Portugal ainda é um país...

13 de ago. de 2008

Câncio 2.0

Começou o Boom, festival de "música" electrónica, que no fundo é uma boa desculpa para um grupo generoso de seres humanos ir abanar o capacete com a ajuda de uma mãozinha de ácidos, trips, rodas - o que lhe queiram chamar.
O problema é que estas trips causam efeitos drásticos na saúde das pessoas que as consomem. A minha sugestão é dedicarem-se ao jornalismo e apimentarem isso com uma obstinação qualquer pela perfeição do ser humano. Algo nietzschiano, portanto. Sigam o exemplo de Fernanda Câncio e viajem num mundo alucinado.
Ao longo dos tempos Fernanda Câncio têm-nos habituado ao seu narcisismo intelectual excessivo. Ela é que sabe, ela é que pensa, ela é que faz e os outros são todos ignorantes. Mais ou menos como os priores de pequenas paróquias no interior. Para esse efeito usa a ironia que os adolescentes, por norma, usam em relação aos mais velhos. Todos sabemos que os adolescentes têm um génio difícil que tende a superiorizar-se aos outros, especialmente aos mais velhos.
Nos últimos dias tenho prestado atenção ao blogue 5 Dias onde, entre outro batalhão de esquerdistas modernaços, escreve Fernanda, a Câncio.
Estou em crer que a senhora em questão não deixa de ser uma boa jornalista. De facto, não lhe conheço o trabalho jornalístico. Ao que dizem tem bastante qualidade. Como não sou cínico acredito.
Acontece que na opinião que por norma nos brinda, tanto nos jornais como na blogosfera, a senhora excede-se na apreciação de matérias que exigem, no limite, bom senso e pouca obstinação. Assim tem sido com as intervenções policiais da última semana, assim foi com a lei do tabaco e assim é invariavelmente em relação à sexualidade (feminismo, homossexualidade, etc.).
Como poderão constatar neste pedaço de arte, a Câncio consegue comparar o caso do assaltante morto em Campolide com o caso da criança morta ontem em Loures, depois do assalto a uma vacaria. Quando lhe chamam a atenção para o non sense da comparação, a senhora atrapalha-se, emenda, acrescenta uma adenda. Uma trapalhada. Tudo para manter a sua posição autista que a polícia usa irregularmente as armas que carrega, que é incompetente e que as instituições não servem para nada.
Fernanda Câncio acredita nisso como os junkies do Boom acreditam na beleza da alucinação que vão ter depois de uma Hoffman 2000, sem ter em conta aquilo a que alguns ainda temem que seja a realidade.
Não estou aqui para fazer juízos de valor, é certo. Mas Fernanda Câncio tem um problema com o seu ego e com a obstinação com que defende ideias que estão única e exclusivamente na sua cabeça. Uma legião de fãs segue-a, como acontece vulgarmente com os arrebitados que parecem comandar um pelotão de tontos. Mas não é isso que move a Câncio. O que a move é o seu ego, crescido sem razão.
Há pessoas que são altruístas, filantropos, que nesta condição nascem, que assim são educados, que não se esforçam para o ser. Nada nessas pessoas é forçado porque nada querem provar ao mundo. Em Fernanda Câncio tudo parece forçado porque tudo é excessivo, até o seu próprio escudo - a ironia. Forçar uma condição torna-se, então, evidente e o excesso revela que nada há ali de bom senso ou altruísmo, que tudo não passa de egocentrismo primário e suburbano, de certo modo. Há uma tentativa de provar que se é humanista, que se é saudável, que se é mil coisas mas sem qualquer naturalidade. Essa obsessão não é saudável porque não compreende a subjectividade do mundo, encara-o como um bloco (vimos isto nos Estados Totalitários e nos regimes ditatoriais, por exemplo) em que todos têm de ter comportamentos iguais, obrigatoriamente; o predomínio total do bem comum sobre a individualidade. Ora, nem eu que sou reaccionário acredito nisso.
A obstinação é, pois então, muito semelhante à dos junkies que enchem o corpo de químicos alucinogénios com a ideia de se divertirem ao som do boom boom boom festival, pela repetição e pela falta de naturalidade.
Com estas características Fernanda Câncio acaba por dar opiniões disparatadas e entrar em campeonatos onde não joga. Não tem a humildade de se retirar, de nem sequer avançar. Convence-se que tudo sabe. Confunde opinião com conhecimento. É excessivamente arrogante. É uma pena porque - ao que dizem, eu não sei - é uma boa jornalista. Só a conheço por aquilo que não é a sua especialidade.

12 de ago. de 2008

Os velhos do restelo ou seja lá de onde é o Sr

Mesmo de férias, há quem me consiga irritar. Felizmente, muito menos que aqueles que eu irrito. Carlos Nunes Lopes, do 31 é um deles. Sua sumidade não consegue perceber que Portugal é à escala mundial um país pequeno, com poucos habitantes, com um apoio deficitário aos seus atletas, etc. Basta dizer que já os nossos atletas estavam em Pequim e ainda andava o Ministro a discutir o seu enquadramento na Segurança Social. Mas não, Carlos Nunes Lopes esquece tudo isso e vai daí, começa a pedir medalhas. Faz melhor e vai mais longe, dedica posts às derrotas lusas. Otário...

11 de ago. de 2008

De quantas verdades se faz uma mentira?

Há algum tempo atrás um blogue, de seu nome Barnabé, acabou por causa de um libertário com fortes tendências para ditador. Esse ditadorzeco chama-se Daniel Oliveira e é hoje conhecido por aquilo a que alguns chamam "opiniões". Por vezes na televisão podemos vê-lo a falar de democracia e das maravilhas da divergência. Depois surpreendemo-nos quando o rapaz estrebucha por haver opiniões contrárias. Porque uma coisa é gostar da divergência e outra coisa é não aceitar ideia diferente.
Hoje, mal acordei e fazendo uma revista pela blogosfera, deparo-me com este panorama no 5 Dias. Um dos colaboradores parece não ter uma opinião coincidente com o resto da tropa. O que para muitos seria um sinal de diversidade e, como tal, uma prova de que o 5 Dias se desmarcava a passos largos dessa esquerda de pensamento totalitário; para outros é um desvio daquilo que é o próprio blogue, ou seja, do pensamento único que deve regrar todos os colaboradores.
Afoito, o carniceiro foi logo escrever um texto sobre esse opinador que estava a destruir os pilares da esquerda moderna - qual libertário institucionalizado - na tentativa de atingir todo o 5 Dias, tal como tinha feito no seu Barnabé (e aquele não lhe pertence). Já estamos a ver o grande defensor da diversidade nervoso e irritado como uma criança de 7 anos.
Agora é esperar para ver. Certamente que muitos dos colaboradores do 5 Dias não têm esta mentalidade do Daniel. Mas ao ver as reacções de Luis Rainha e Fernanda Câncio sabemos já que existe algum mau estar.
Era uma pena que um blogue de gente tão nova e com vontades tão democráticas se extinguisse por divergência de opinião. Mas quem lhes conhece a história já estaria, de certo modo, à espera.

10 de ago. de 2008

Pequim 2008

Estes serão os jogos do extremo. Da organização, da opolência, da imensidão, dos inúmeros (espera-se) records. Mas também, da fome, da pobreza, das constantes violações de direitos humanos, da Poluição. Talvez só isso tenha permitido tal realização. Quero pensar que não. Quero pensar que 1 300 milhões de Euros gastos em edificios não fazem falta. Que podemos ter Herzog & de Meuron por todo o lado.


9 de ago. de 2008

A Caixa que temos...

Só hoje tive oportunidade de ler a entrevista de Faria de Oliveira, cedida, ou pedida, ao Diário Económico. A entrevista seria à partida, uma clara resposta às declarações de António Borges também ao DE. Esta é uma entrevista completamente encenada. Tudo foi pensado e dito ao pormenor. Só numa resposta podemos ver mais de 20 valores e índices. Era sua missão defender-se do ataque de Borges e provar a relevância económica e sobretudo social da Caixa Geral de Depósitos. Refere os papeis importantes que a Caixa desempenha no desenvolvimento económico, no reforço da competitividade das empresas, na estabilidade do sistema financeiro nacional entre outros. Isto tudo na primeira resposta/parágrafo.
A partir do segunda/o, Faria de Oliveira retira a pele de cordeirinho e mostra as garras. Aparecem logo expressões como “reforçar o cross-selling”, afirmações do tipo “tornando a CGD o banco principal das melhores empresas” ou [almejamos] ”um resultado de 825 milhões de euros”. Fala ainda na aquisição de um banco de pequena/média dimensão em Espanha e na possível alienação de Zon e BCP. Tudo isto estaria bem se Faria de Oliveira não fosse precisamente o Presidente da Caixa Geral de Depósitos, o banco público de Portugal. Isto é discurso da banca privada que visa o sucesso empresarial e o lucro. Não podem ser objectivos e muito menos “guidelines” de um banco público. Sou forçado a concordar com António Borges. Se a Caixa não tem uma preocupação social e não é o garante das empresas e famílias de Portugal, então não existe razão para ter como único accionista o Estado Português. Privatize-se… ou repense-se.

8 de ago. de 2008

O tiro como modalidade olímpica

Por causa deste dia cheio de notícias interessantes, como os Jogos Olímpicos e o assalto à dependência sem dinheiro em Lisboa, não prestei atenção às notícias do dia. Agora mesmo, ao passar pela edição online do Público, deparo-me com esta notícia.
Ou perdemos o sentido de prioridades ou então estamos todos a dormir. Apenas na Questão dos Universais - blogue que visito com alguma regularidade - vi uma referência, dir-se-ia indignação, pela falta de atenção que este tema merece, relativamente aos outros dois.
Mesmo sem tomar partido consigo ver aqui um problema grave, actual e com necessidade de ser resolvido com urgência. O oportunismo desta "situação" é muito curioso.

Conveniência

Se há coisa que caracterize a esquerda, antiga ou moderna, mal ou bem pensante, é a conveniência da peixeirada que costumam armar. Ao longo do ano têm sido muitas. Desta vez, com a história do Presidente da República restringir o espaço aéreo à volta de sua casa, a coisa não lhes calhou bem.
Sem temas fracturantes (palavra que odeiam visceralmente por os fazer passar por patetas) refugiam-se no que vai aparecendo e esta história é um big nothing.
Entretanto o encontro de jovens bloquistas demonstra o quão diferentes são dos outros, como faz ver, e bem, FJV no post anterior.

A magia da imprudência

O Acampamento de
Jovens do Bloco de Esquerda começou ontem em São Gião, na Serra da Estrela, mas
só hoje se iniciam os ‘workshops’, debates e animação restante. Das 17 às 19 há
dois ‘workshops’ – um subordinado ao tema ‘Stencil/Subvertize’ e um outro com a
designação de ‘Brinquedos Sexuais’ (amanhã é ‘Massagens’). Longe da pátria real,
festejo a escolha e assinalo o horário, muito relaxante, quase crepuscular,
diante do horizonte das montanhas, convidando à lassidão ou à contemplação. A
rapaziada sabe o que é bom. Se há quem critique os programas da ‘jotas’ por
tratarem de instrumentalizar e banalizar o pessoal que um dia gostaria de ser
director-geral ou amanuense de nível superior, pois aqui está um exemplo de
labor político original. Oxalá não se magoem. Nunca se sabe.

Francisco José Viegas

7 de ago. de 2008

O aviso está dado

Trichet hoje na Conferência de imprensa do BCE:
[O controlo da inflação]"é a nossa missão prioritária"
Que é como quem diz, este mês fui bonzinho mas no próximo há nova subida das taxas.

A honra devolvida

O Esgravatar foi um blog que descobri por estes dias, com o despoletar da situação n'"O Primeiro de Janeiro". Hoje notei que o post que publiquei sobre o empresário Eduardo Costa está lá colocado. Julgo que falo por todos ao expressar a honra na citação e mostrar aqui a nossa solidariedade. Permita caro Filinto, que lhe devolva a honra e deixe aqui o link para o seu blog, onde poderão acompanhar e compreender melhor a vergonha que são alguns empresários e a protecção incompreensivel de que gozam.

Começam já amanhã

Porto e Gaia vestiram-se ontem de um cerradissimo nevoeiro para homenagear e se solidarizarem com a cidade anfitriã dos Jogos Olimpicos. É de louvar e enaltecer o esforço. Afinal, estamos em Agosto...

Brassard na equipa técnica da Selecção Nacional

o mesmo é dizer que Vitor Baia vai continuar arredado da baliza da equipa das quinas. Parece-me evidente.

6 de ago. de 2008

Golpe de Estado na Mauritânia

A pergunta que se impõe é só uma: Vai voltar o Dakar?

E agora? Compra-se o quê?

O mercado do petróleo está em bear market. Tradução, está em crise. Crise continuada. Está já 20% abaixo do valor máximo de 147,50€ para o caso do Brent atingido há cerca de duas semanas. A desvalorização do dólar, o aumento das reservas Norte-Americanas e fundamentalmente a baixa da procura consequencia do abrandamento económico levam à queda desta matéria-prima. Até aqui, nada de grave, a gasolina até sai mais barata. Mas há um senão. Um senão grave. Os mercados de bens mobiliários (Bolsas) estão tambem em crise e extremamente voláteis e portanto não são escapatória para os menins da bolsa. Que raio de produto vão eles agora comprar desalmadamente para nos lixar a vida? Pelo sim pelo não, é comprar uns quilinhos de arroz e outros mantimentos.

Do Lionismo

Eduardo Costa, o "empresário modelo" detentor da marca "O Primeiro de Janeiro" é Lion. Desconhece no entanto, os objectivos e código de ética deste clube.
"Lembrar que na construção de meu negócio não se faz necessário derrubar outro; ser leal a meus clientes e verdadeiro comigo mesmo."
Pessoas como Eduardo Costa não são bem vindas e sujam o bom nome da instituição. Infelizmente, este tipo de oportunistas ocupa a nossa sociedade civil de forma transversal. Será que não se arranja aí um punhado de 605 forte?

5 de ago. de 2008

Um singelo regresso

Depois de uma pausa por motivos profissionais e uma semana de repouso, decido regressar à blogosfera que é um meio que muito me atrai. Da esquerda à direita tenho-me apercebido de um certo desnorte. Pouco há a falar nos últimos tempos. A intermission de Cavaco causou escândalo, Maddie volta com o Verão, e umas centenas de mortos pelo mundo preenchem o vazio. É tudo o que temos. O Benfica ganha um jogo. O Primeiro de Janeiro fechou.
Volto com a missão ingrata de ser um conservador num país decrépito, histérico e com défices humanos graves. Deparo-me com um cabeçalho onde alguém colocou um rabisco de um burguês católico armado em rebelde. E assim vai o mundo.

Coitadinhos...

Alan Greenspan escreve que a banca vai precisar da ajuda do Estado para conseguir ultrapassar esta crise. Parece-me justo. A banca tem estado sempre ao lado do Estado, pagando as suas contribuições e ajudando no fomento da economia. António Costa que o diga.

4 de ago. de 2008

Contra factos...

Um mês após a última subida de juros do BCE é tempo de fazer o balanço de tal medida. Trichet propunha-se controlar a inflação e criar assim a base de suporte à recuperação da economia Europeia. Numa análise rápida, vemos logo que a subida dos juros não trouxe os efeitos esperados. A inflação subiu num mês 0,6% estando agora nos 3,4%. Esta subida torna-se ainda mais grave quando sabemos que o petróleo, apesar da subida dos últimos dias, baixou bastante a sua cotação. O preço dos combustíveis é mesmo a única boa notícia do mês com uma baixa superior a 5 cêntimos/litro. Mas o efeito Trichet não se viu só na inflação. As casas estão mais caras também. O aumento dos juros BCE e o consequente clima de instabilidade e desconfiança económica faz com que a Euribor a 3 meses esteja no valor mais alto dos últimos 8 anos. É preciso recuar até 2000 para encontrar valor igual.

Esta análise pode pecar por ser precoce e portanto, um mês não ser tempo suficiente para ver a progressão e o sucesso ou insucesso do aumento dos juros do BCE. Nós continuaremos atentos e cá estaremos para aplaudir ou criticar o Sr...

1 de ago. de 2008

Casualidade Estatistica???

"Confirma-se, pois, que o Tribunal Constitucional, no período de 1983-2007,
esteve politizado (na minha perspectiva desejável) e partidarizado (isso sim,
deplorável), e que esse padrão não foi alterado com a reforma de 1997."

Pedro e o Lobo

Da próxima vez que o menino de Boliqueime vier fazer uma comunicação ao país, corre o risco de não ter ninguem a ouvi-lo.

EU? Ouvir quem?

Cavaco, o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas ficou chateado com os entraves que lhe querem colocar para dissolver o Governo e Assembleia Regionais. Vai daí, lança um imenso tabu no país e convoca uma comunicação ao país de interesse, no minimo, duvidoso. Ou já estava farto de férias, ou está senil.