30 de set. de 2008

O que dizia ontem, reafirmo hoje

Ontem: Taxas Euribor em máximos históricos
Hoje: Taxas Euribor em máximos históricos

Luta de Galos

Ontem, na Câmara dos Representantes, discutiu-se mais política do que economia. Marcar posição e escolher o poleiro mais alto foi mais importante do que apresentar uma solução aos Americanos. Kucinich foi disto bom exemplo. Liderou a maioria que chumbou o documento e marcou mais uma vez pontos. A política ganhou à economia. Veremos até quando...

29 de set. de 2008

O balde de água gelada

Estou em crer que ainda ninguem acredita que o plano Paulson caíu. A crise que um republicano, George W. Bush, criou e que um republicano, Henry Paulson, quiz salvar está para durar. Pasme-se no facto de terem sido os próprios republicanos a sabotar o seu plano. Mais de dois terços votou contra.
E agora? O que fazer? Muitos estarão ainda com a primeira pergunta na cabeça. Poucos terão resposta para a segunda. Para já, aconteceu o esperado. Bolsas em queda, petróleo em queda, dolár em queda. A subir, só mesmo o Euro, porque a descida do dólar assim o impunha, e o ouro. Ficamos à espera do Senado e dos próximos capítulos. A novela parece longe do fim...

A América...

... por um Americano com muito humor, mas pouca esperança.
Tal como as bolsas.

Ainda a América

Num comentário a este post sobre o debate entre McCain e Obama, o Justiceiro de Fafe provou exactamente aquilo que eu defendi no post seguinte.
Parece que os Europeus continuam a olhar para os EUA como se fosse a Europa. Lembro apenas que quando G.W. Bush ganhou, as sondagens davam Al Gore como chefe do novo mundo. Depois viu-se o que aconteceu.
Como se diz por aqui, até ao arrumar dos cestos é vindima e ainda falta mais de um mês para a eleição. O povo americano é um povo extremamente conservador e o que eu defendi é que o discurso de McCain no debate pode beneficiá-lo a médio prazo, já que é a crise que interessa aos americanos, neste momento.

É tempo de mudar a estratégia

As taxas Euribor a 3 e 6 meses, as mais utilizadas no Crédito Habitação em Portugal, bateram hoje os seus máximos históricos. Estão hoje, nos 5,237% e 5,315% respectivamente. Os constantes sinais de instabilidade transmitidos pelo Mercado criam um clima de desconfiança e levam a banca a guardar a sete chaves uns trocos que ainda possui em vez de os emprestar aos congéneres. Estas subidas, não têm ainda efeito prático no bolso dos Portugueses, pois as taxas só são revistas pontualmente, conforme a Euribor contratada. Esta subida constante (a Euribor 3 meses sobe há 14 sessões seguidas) vai ser um verdadeiro murro no estômago de quem já tem o orçamento esticado ao limite.
A política do BCE tem privilegiado a contenção da inflação com base na manutenção dos juros altos. Dinheiro mais caro, menos consumo. Nesta fase, tal raciocinio não é verdadeiro, tão somente, porque a família média Portuguesa, e a Europeia tambem, experimenta o maior apertão do cinto dos últimos anos. Um aliviar das taxas de juro permitiria o oxigénio necessário e com certeza não levaria à febre de consumo que o BCE tanto teme.
Os juros altos têm ainda um outro efeito pernicioso, - o incumprimento. Prestações altas, fruto de juros altos, podem levar as famílias a deixar de pagar a prestação. Esta situação arrasta não só as famílias para as listas negras da banca, aumentando assim os ditos créditos tóxicos. É altura de o BCE mudar de estratégia. Ajudar as familias para ajudar a banca, ao invés de crucifcar as familias para ajudar a banca.

Seguindo as pistas da Blue...

1. McCain e Obama vão votar favoravelmente o plano Paulson. Plano que alguem vai ter de pagar. O povo americano, claro;

2. McCain é repúblicano e obviamente ligado à administração Bush. Tem mesmo de aprovar o plano para que os estragos não sejam maiores;

3. Obama é o rosto da mudança. Afirma irresponsabilidade por parte do anterior executivo mas não vê alternativas ao plano.

Qualquer miúdo de três anos saberia o desfecho desta história. História que será mais um capítulo, mas um capítulo muito importante. A menos de seis semanas, pode mesmo ser este o tema destas eleições...

Millennium sempre em grande

Bélgica e Holanda não tê hoje mãos a medir. A Fortis está a ser salva. Nada que um punhado de milhões ou milhares de milhões não resolvam. O que preocupa é a repercussão em Portugal. O Millennium foi lesto em afirmar que esta "nacionalização" não terá efeitos na holding de seguros que detém em parceria. Tão lesto quanto o foi na Lehman Brothers ao dizer que a exposição do banco era diminuta. Costumo ouvir que grão a grão...

27 de set. de 2008

N'América

Os europeus olham para as eleições americanas como se fosse uma eleição nos seus países de origem.
É comum os europeus acharem que os E.U.A. funcionam da mesma forma. Pois eu nada sei sobre estas eleições, nem sequer tento dar a entender que sei, como se vê por aí.
Se há uma coisa que sabemos é que tudo é incerto nas eleições americanas, ainda por cima com dois candidatos tão próximos. Nas ruas as opiniões não são aquilo que lemos em blogues e artigos intelectuais. E a vontade do povo é que conta. Talvez a esquerda europeia ainda não perceba bem o que é isso.

Main Street

O debate de ontem entre Obama e McCain mostrou algo de fundamental para se compreender o espírito desta eleição. Apesar dos dois candidatos focarem a importância do povo nesta crise, eles usam meios diferentes. McCain é optimista e quer fazer acreditar que o sistema se vai reerguer. Obama transmite falta de confiança na banca e tenta proteger o povo. Ambos sabem que o sistema falhou e que houve abusos graves. Mas, só Obama parece querer deixar de acreditar na manutenção do sistema à custa dos contribuintes - uma Wall Street paga pela Main Street.
O Senador McCain, ao acreditar e transmitir esperança na reabilitação do mercado a partir do apoio do Estado com que o próprio concordou mostra cuidado ao povo americano e dá-lhes confiança na manutenção da sua vida, sem lhes aumentar os impostos. E isto é essencial para ganhar.

Hoje, vou abastecer

Vou abastecer o carro daqui a pouco. Não por ser contra ou a favor do protesto dessa grande instituição de defesa do consumidor. Apenas porque o depósito já está na reserva. E o meu carro não anda a água... Espero não defraudar as expectativas.

26 de set. de 2008

Cálculos de sexta à tarde bem antes das 19

O Governo Americano prepara-se para injectar nos Mercados Financeiros qualquer coisa como 700 000 000 000 USD (deixa lá contar os zeros para ver se não me enganei). Ao câmbio de hoje, segundo este site, 1,00€ vale 1,46219USD. Contas feitas, o Governo Americano prepara-se para injectar 478 733 953 863,73€ nos Mercados Financeiros. Suponhamos agora, que dispomos nós, comuns contribuintes desta escandalosa verba e que estamos na disposição de a emprestar mas não é possivel transferir o dinheiro. Em notas é uma hipotese mas pode gerar confusão; - se tivermos distraídos corremos o risco de emprestar uma cinquentola a mais do que acordámos. Resta-nos o cheque, ou melhor, os cheques. Sim, porque em Portugal, o cheque comum, tem apenas 8 casas mais duas decimais. 99 999 999,99€ máximos/cheque. Seriam então precisos, 4788 cheques (se não nos enganássemos em nenhum) para emprestar os 700 000 000 000 USD que a malta precisa. Podia agora dizer-vos quanto é que esses 4788 cheques (se não nos enganássemos em nehum) custariam mas como acho que este poste já bateu o record de estupidez por pixel, acho melhor parar mesmo por aqui.
PS - Este é na verdade um poste para todos os que têm dificuldade em sociabilizar. Experimente discorrer este magnifico raciocinio logo à noite, com os amigos e entre uns copos. Certamente, virará a atracção da mesa.

O valor da expressão "a montante"

Noticia o Público, que o plano de poupança da TAP vai ficar curto. Dos 100 milhões de poupança anunciados, apenas 35 serão conseguidos. Ok, menos mal. Há poupança pelo menos. Mal, estão os fundamentos que levaram a este plano. As empresas não devem fazer planos de poupança quando as contas entram no vermelho. Devem-no sim, fazer o dia-a-dia, todos os dias, em todos os sectores. Se agirmos a montante, estaremos sempre mais preparados para enfrentar os tempos adversos.

Para os que acham que o Estado é a salvação

O "swap" é, grosso modo, um factor de correcção que trabalha por cima da taxa Euribor. Traduz as variações da Euribor de forma mais rápida e vincada. Especulação portanto. É bom saber que os Governos e demais reguladores, que tantos clamam de salvadores, tentem resolver o grande problema do sistema financeiro, usando tudo o que de mau lhe apontam. Talvez em Alfama me expliquem porquê?

25 de set. de 2008

A crise mundial... (II)

... vista do Brasil.

Inside info

Basta ter em atenção as datas e horas do post e da notícia para perceber até que ponto o Sociedade está bem posicionado nos meandros da política, seja ela nacional, europeia (como no caso) ou mesmo planetária.

Maria de Lurdes e os árbitros II

...ou um post sempre actual

Sócrates faz lembrar os árbitros que se esquecem dos cartões no balneário. Maria de Lurdes é o Paulinho Santos do governo é dá canelada atrás de canelada (esta é só mais uma). Se não há cartões, admoestação verbal...

E depois? Era permitido à data...

Daqui a uns anos temos a mesma notícia apenas com protagonistas diferentes. Nuno Gomes apanhado em pose num qualquer banco de jardim a deliciar-se com o seu Big Mac.

Ninguém estava à espera

Comunistas querem reeditar CDU para eleições de 2009

Maria de Lurdes e os árbitros

Sócrates faz lembrar os árbitros que se esquecem dos cartões no balneário. Maria de Lurdes é o Paulinho Santos do governo é dá canelada atrás de canelada (esta é só mais uma). Se não há cartões, admoestação verbal...

Serão só os juros?

O Público noticia hoje que o crescimento está a ser travado pelas altas taxas de juro. Se por um lado taxas atractivas levam a um aumento do investimento decorrente do baixo preço do dinheiro não é menos verdade que juros altos levam a uma maior ponderação no investimento. Taxas baixas foram responsaveis por investimentos à toa, que agora estão por pagar e colocaram familias à beira da falência pessoal. É certo que a economia tem de arrancar mas com calma e com os pés bem assentes...
Mais, é hoje maior entrave ao investimento a aprovação do mesmo, do que propriamente o juro.

24 de set. de 2008

Naïf ou pura irresponsabilidade

Quem não trabalha pode bem dar-se ao luxo de não abastecer no Sábado. Está a gozar o fim de semana e pode aproveitar para o bricolage doméstico ou um passeio a pé com a familia. O caso de quem trabalha é completamente diferente. Os agricultores trabalham, por norma, ao sábado. Para aderirem ao protesto, apelo da CAP, só têm duas formas de o fazer: ou não trabalham ou abastecem antes. Se a segunda não resulta, pelas razões enunciadas aqui, a primeira é gravosa e irresponsavel, num sector já de si fragilizado.

Livrais-nos sR de todo o LP...

Há duas boas razões para aplaudir a eleição de Diogo Feyo, para lider parlamentar do CDS-PP:
1- pelo seu passado na Assembleia onde demonstrou estar bem preparado e ter uma postura consentânea com o partido pelo qual foi eleito;
2- porque se falou em Luis Pedro Mota Soares para o lugar.
É óbvio que a segunda pesa muito mais no meu aplauso.

O país em boas mãos II

Andar na blogosfera é fazer zapping. Abro um blogue. Vou parar a outro. Linko para um jornal. Procuro no motor de busca. Leio uma página convencional. Acabo no blogue onde comecei. Com toda esta azáfama fui dar à página do Sol. Por lá andei a cuscar o sitio até que deparei com os blogues em destaque. Para reflectir, o número de vistitas ao blogue de cada "ilustre": Vicente Jorge Silva 27 222; António Pedro Vasconcelos 35 670; Miguel Portas 72 150; Magarida Rebelo Pinto 229 244.

O país em boas mãos

Quando leio que em Portugal a economia paralela representa sensivelmente 20% do PIB e que somos o 32º país do Mundo menos corrupto (caímos 4 postos desde o ano passado) começo a perceber noticias como esta.

23 de set. de 2008

E aí está mais um caso...

Sempre tive medo de armas. Medo nos dois sentidos. Ferir e ser ferido. Provavelmente, atemoriza-me até mais o primeiro. Por isso, acho que a posse de arma deve ser exclusiva das forças militares e de segurança. Fora estes dois grupos, só casos muito esporádicos, com intenções muito bem explicadas e devidamente investigadas. Saber que o miúdo que hoje "supostamente" assassinou 9 pessoas tinha uma licença temporária (Que raio é uma licença temporária de uso e porte de arma? Se cumprir o tempo sem matar ninguém torna-se vitalicia?) e se pavoneava no Youtube com o seu brinquedo não me deixa minimamente confortável. Saber que a policia Finlandesa já o tinha abordado e nada fez, muito menos.

Os primeiros

Os primeiros exemplares do Magalhães, o computador que vai revolucionar o nosso ensino básico, começam a ser entregues hoje. Entre Primeiro-Ministro, Ministros e Secretários de Estado contamos 12 paquetes. Daqui se conclui a boa saúde do país e o bom rumo que tomámos. A economia vai bem, a segurança já recuperou (afinal as memórias são de Agosto) e o Orçamento de Estado é só para Outubro. Dá bem para saírem de Lisboa e irem espalhar charme pelo Portugal profundo, que graças ao Engenheiro, já tem banda larga (movel e fixa).

22 de set. de 2008

Naïf

Pensar que um dia sem abastecer o carro faz mossa nas petrolíferas é tão inocente como ver a Lucy e não pensar em sexo, leia-se sexo e não amor ou derivados. O ano tem 365 dias, os meses têm, em média, 30 e as semans 7. Não será certamente por um isolado que o protesto terá voz. E que tal experimentar fugir aos grandes refinadores ou arranjar alternativas ao carro?

Os calotes não páram de crescer

Para os que não compreenderam o que escrevi aqui, é só dar um pulo ali.

Mais vale prevenir...

... do que remediar

Euribor em máximos e Petróleo a subir

A espaços, mesmo que temporalmente muito distantes, é importante parar e fazer a análise de tudo quanto foi deixado para trás. O Mercado não tem tempo para olhar para trás. Pensa no imediato e no futuro (ou futuros), - nunca no passado. Parindo deste pressuposto, que julgo ser aceite unanimemente, é fácil de perceber que cabe aos reguladores (Comissões de Gestão de Bolsa, Governos e Bancos Centrais) colocar travão ao filho reguila e castigá-lo se preciso for. Sem violência para não causar traumas mas de forma a que a lição seja aprendida. Só assim, é possível melhorar e prevenir erros passados. Nenhum dos reguladores se preocupou muito com o erro do menino. Ao invés, aumentaram-lhe a mesada e deixaram-no ir com um simples: “Não repetes, pois não?”.
Hoje, e após um fim de semana de descanso, já não há sinais da crise. O Mercado está de novo a trabalhar. As bolsas estão em terrenos positivos e passam assim, a falsa imagem de acalmia e ordem. Mas os players andam desconfiados. Conhecem-se e sabem que não podem confiar em ninguém. Tal desconfiança traduz-se num aumento do preço do dinheiro entre bancos. A mesma Euribor que indexa o Crédito Habitação do comum mortal é também referência inter-bancária. Seguindo a máxima “Mais risco, mais lucro” os grandes da banca Europeia usam inflações, só vistas em África e na América do Sul, para valorizar o seu dinheiro. A Euribor a 6 meses está no seu máximo histórico e as de 3 e 12 meses estão lá muito perto. Mais uma vez, quem paga a factura é o consumidor final, nós leia-se. Os empréstimos ficarão mais caros e o acesso mais dificultado. Mas há mais, as boas notícias não param. Apesar da subida ligeira das bolsas, é hoje uma incerteza muito grande o investimento. Os Mercados começam a virar-se para as comoditties e fazem disparar o preço do barril de petróleo. Das bolsas até aos postos de abastecimento é o tempo de um fósforo.

É bom saber que temos gente a cuidar de nós… Fico sempre muito mais descansado.

Do fanatismo

21 de set. de 2008

Ainda os jornais

Depois de ler a notícia do Público e ver os destaques dos outros jornais, fica claro quem é o alvo a abater com a história da atribuição de casas pelo CML. Os arguidos são Helena Lopes da Costa e Miguel Almeida, ex-vereadora e de Santana Lopes respectivamente, aquando da presidência da CML. Estranhamente, ou não, o único não arguido é único que vê o seu nome nas gordas. Afinal, basta o anúncio de uma possível candidatura para colocar tudo em polvorosa. Menezes pediu um congresso extraordinário e Passos Coelho passa os dias a aconselhar a líder. Ninguém lhes liga. Um caiu no ridículo e o outro aproxima-se perigosamente. Já Santana, não abre a boca e conquista um mediatismo rival das maiores figuras de Estado. Quantas vidas terá o enfant terrible?

20 de set. de 2008

A crise mundial...

...vista da Argentina.

Mas o que é que isto interessa?

O Daniel arrastou consigo dois grandes bloggers e o Arrastão vai-se transformar num interessante navio. O 31 da Armada já o era, na plataforma Sapo. O Arrastão mantém-se na Tubarão&Esquilo, ou no que resta dessa plataforma. O 5 dias perde um nome de peso, o Pedro Vieira, aka Irmão Lúcia, e o Zero de Conduta corre o risco de ser descontinuado (ou já foi, mesmo sem anúncio formal). As contratações chegaram à esquerda blogosférica, que através do Daniel Oliveira chama o Sapo de imperialista (o Sapo onde estava o Pedro Sales e Zero). Na direita blogosférica a situação ainda é mais pré-época futebolística, quando se está duas semanas sem paciência para a evangelização neocon e tradição-cristã regressa-se aos blogues do costume e as transferências notam-se logo. A direita mantém-se no Sapo. Provavelmente, não está para aturar o Paulo Querido, ou vice-versa. Mas qual é o interesse de tudo isto? Porque acontece tudo isto? Pelo de sempre: poder e dinheiro. Capacidade de influenciar e ganhar uns trocos com isto.

19 de set. de 2008

Os imprudentes

É evidente que fica bem dizer no meio dos camaradas de uma esquerda ampla que ser-se de esquerda é ser-se imprudente. É claro que quem diz "amar a imprudência" também acaba por ter de se sustentar, mais tarde, e ceder à pressão e opressão do terrível mundo novo. A estas pessoas chamamos adolescentes.
Manuel Alegre é o eterno adolescente do Partido Socialista. Mas desta vez talvez vá ouvir de onde não queria - dos seus camaradas da esquerda abstracta que votaram nele porque o homem era imprudente, um libertário, um homem novo e livre.
É disto que a esquerda vive, essa esquerda que está preocupada em resolver o casamento, só para chatear, disfarçando com uma preocupação de "direitos fundamentais" como se pode ler neste comunicado da Ilga Portugal (via 5 dias).
A total falta de responsabilidade, de sentido de comunidade, de segurança e estruturação social sólida dá nisto - na rebeldia, na adolescência eterna.
Num país onde os problemas se acumulam - como bem lembra o imprudente - a preocupação da esquerda rebelde e fracturante é casar pessoas do mesmo sexo, como se a lei fosse um local de reconhecimento da sexualidade, ou melhor, como se a sexualidade fosse reconhecida por lei. É toda esta falta de consciência da função das instituições que assusta, porque para já o Partido Socialista não avança, mas noutra altura em que a necessidade de demagogia for mais importante que a solidez de uma sociedade, não tenho dúvidas que a imprudência triunfe.

Baralha e volta a dar

A FED e o Tesouro dos EUA, vieram "ajudar" o Mercado. Tomaram o controlo da Bear, Freddie, Fannie e AIG, injectaram milhares de milhões para dar liquidez à banca e agora assumem até os prejuízos dos créditos sem valor. Na Europa, o BCE segue o exemplo e injecta tambem capital no mercado. Aliás, todos os grandes Bancos Centrais têm estado a fazê-lo. Decidiram que era altura de disciplinar e tomar a rédea. Não deixaram o Mercado sofrer as consequências da sua ambição e serviram-lhe de almofada. O Mercado agradece. Agora que remediaram, dão-lhe liberdade e oxigénio para especular, asnear, ambicionar e arriscar outra vez. Querem provas? 1, 2, 3 e 4.

Na rota de Fernão...

O "Magalhães" está lançado. A produção, espera-se, arranca já em Julho de 2009. E clientes, parece que não faltam. Depois do país do cutting edge informático, que é Portugal, outros semelhantes se juntam à lista de clientes. A Namibia já assinou o acordo e parece que as conversações com o Botswana estão muito bem encaminhadas.

Os dois lados da verdade

Público: Benfica adia para a Luz desfecho da eliminatória.
Correio da Manhã: Águias deixam tudo em aberto
24 horas: Tudo em aberto
O jogo: [Suazo] Só o pararam à pancada
Record: Suazo e sofrido
A bola: Suazo pode resolver na Luz

Diário de Noticias: Benfica perde 3-2 em Nápoles
Expresso (edição online): Benfica perde 3-2

Paris Lisboa - Moscovo - Pequim

Parece que vamos ter nova visita de Chávez. Desta vez, o presidente da Venezuela vem assinar acordos de cooperação empresarial. Antes de Lisboa, estará em Moscovo e Pequim. Estranhas amizades.

18 de set. de 2008

AR II

Há uma coisa que se percebe na discussão do Código de Trabalho. Os governos portugueses tentam a todo o custo facilitar o papel das empresas para que estas cresçam mais rapidamente. O problema desse sistema é a irresponsabilidade de se encarar os trabalhadores como números para obter resultados.
De uma sociedade não se quer um resultado, quer-se que evolua estável. O resultado foi também um objectivo dos Estados Totalitários que se seguiam por uma filosofia de meta-narrativa. Enquanto o Estado olhar para os cidadãos como números o país não evolui, porque isso não é saudável e cria instabilidade social. Exige-se um equilíbrio. Por outro lado, sabemos que mais lei, menos direito; e as exigências de regulação excessiva também travam o crescimento. Mas o poder político é escorregadio.
Se há um problema por resolver é um problema de confiança. A confiança só se consegue com responsabilidade para dentro e para fora. Afinal, foi sempre este o objectivo da vida em comunidade.
Em suma, o problema é falta de princípio e de estrutura moral, que só pode ser dada por uma perfeita definição de filosofias. Se o Partido Socialista adopta um comportamento para a campanha, socialista, e depois comporta-se como um liberal a legislar, é evidente que temos ua problema de definição que o cidadão irá identificar como demagogia.

AR

O debate de hoje sobre as alterações do Código de Trabalho revela uma coisa muito importante. O deputado Pedro Mota Soares é um actor miserável e um declamador inexperiente. De resto, mais do mesmo.

Uma prenda

Tome lá esta notícia para comentar à vontade, que a página do Público ainda não actualizou. Diga-nos mestre, que opinião e que ideia nova nos quer dar a partir disto. Por favor, ilumine-nos!

Interrompemos a emissão para uma receita para um post à Yuppie Boy

A receita é simples. Basta pegar numa notícia de jornal. Vamos então ao Público que é por norma a escolha cá da casa.
De todas as notícias que lá estão escolhemos a que nos parece mais banal para que o nosso comentário não pareça tão patético e damos o ar de quem tem interesse por "coisas". Normalmente optamos por descrever a notícia deixando um apontamento brilhante, um golpe de originalidade, para o fim. Algo como: "ridículo"! E pronto, temos um post feito sobre uma matéria interessantíssima, cheio de argumentos e ideias para o futuro. Objectivo: nenhum!
Para os comentários usamos a mesma fórmula deste post, que passa por fazer uma crítica fora de contexto à contraparte. 
É fácil, rápido e sucesso garantido. Depois é só esperar pelos resultados.

Assuntos menores?

Com toda esta confusão dos Mercados e a crise a apertar há pouco espaço para discussões que não usem Nasdaq, Lehman, BCE e outras palavras da mesma família. Mas o Mundo não pára. Não pára mesmo. Tzipi Livni foi ontem eleita líder do maior partido do Knesset. Será ela capaz de colocar Israel nos trilhos da paz outra vez? Há quem diga que sim, o facto de ter sido discípula de Sharom diz-me, mesmo que inconscientemente, que não. A seguir...

Mea culpa

Foram vários os que saíram em júbilo com a queda dos colossos americanos. Mais do que diagnosticar o problema ou apresentar soluções, preocuparam-se em marcar o seu lugar na história e colocar-se como profetas, apesar de não haver registo de profecias. Mas adiante, não é esse o assunto do post.

Quem vive dentro do sistema financeiro, mesmo eu que ainda estou na base da pirâmide, preocupa-se pouco com as criticas e centra-se única e exclusivamente no problema. Os mais perspicazes, directamente na solução. O diagnóstico do problema é vital para a sua solução; - compreendê-lo para depois o solucionar. Os profetas, esses, foram céleres a criticar o sistema financeiro pela sua ambição e o papel frouxo do Estado na regulação (curiosamente algo que eu já havia referido). Do outro lado da barricada, diz-se que é só uma fase e que tudo voltará aos carris a breve trecho. Julgo que sim, mas as mudanças serão radicais em muitos aspectos, nomeadamente nas garantias, e o processo arrastar-se-á no tempo e levará muitos atrás de si.
Há no entanto, um facto que não tem sido referido mas que me parece de extrema importância. A honra é algo que na sociedade de hoje se esconde como agulha no palheiro. Importa-me aqui o sentido económico da palavra; - o honrar compromisso sinónimo de pagar a dívida. Os primeiros sinais de dificuldade da banca surgiram associados ao subprime, a Gestão ganhou um novo chavão nesse dia, que mais não é do que crédito “fraco”, crédito de grande risco. Este grande risco advinha dos créditos facultados a indivíduos com baixos rendimentos ou a indivíduos que contraíam empréstimos acima das suas capacidades. A banca correu aqui um enorme risco e publicitou-o sem fim. Eram os tempos áureos dos juros baixos e do aumento do poder de compra. Era o tempo dos plasmas, dos telemóveis, do T2 com vista para o mar, o tempo do cartão de crédito. Mas todos os períodos de expansão têm um fim e o incumprimento das famílias começava a fazer mossa sendo cada vez maior a fatia que representava nas contas da banca. A partir daqui, efeito bola de neve. Diminuía a liquidez e levava a banca a procurar moeda para não ter de retirar investimento feito fora da instituição. Mas estavam todos na mesma situação e portanto, sem excedentes para emprestar. Resultado, o cash-flow não era suficiente. Se lhe juntarmos os juros a subir, fruto de uma inflação alta, praticados pela Banca Central, então temos uma crise. Uma crise em que a banca tem culpa. Certo,… mas não toda…

Só pode ser para rir...

O mesmo senhor que levou o raspanete de Andris Piebags, quando o Comissário Europeu da Energia disse que Portugal "tem de acompanhar melhor o mercado dos combustiveis" para "confirmar permanente que não há práticas de cartelização", vem agora mostrar posição firme na defesa do consumidor.
Já agora, importa mostrar alguns números. Números que Manuel Pinho conhece mas não pode mostrar.
4 Jun 16 Set Variação
Barril de Brent 91,95€ 63,27€ -31,2%
Tonelada de petróleo 826,44€ 636,95€ -22,9%
Preço do gasóleo (c/ taxas) 1,419€ 1,305€ -8,0%
Preço do gasóleo (s/ taxas) 0,5995€ 0,5045€ -15,8%
peço desculpa pela forma como estão expostos os dados mas não consigo fazer de melhor forma. Se alguem me puder ajudar...

17 de set. de 2008

Rise and Fall

Uma coisa que aprendemos com a História, ou que deveríamos aprender, é que não é o capital que movimenta as sociedades mas sim a fiabilidade e a segurança do seu sistema em comunidade, do seu sistema político. Está nos livros, não é preciso grande ciência para apreciar os Impérios que ao longo dos séculos foram caindo.
A moeda é um instrumento que tem justificado o crescimento, em larga escala, da economia subjectiva. A especulação tem sido o festim do sistema. Mas como em tudo - e lá está mais uma vez a História - o sistema é falível.
Durante todo o século XX os liberais acreditaram que o sistema era infalível. Na sua vaidade não souberam interpretar os sinais. Os nossos políticos, cegos pela ganância, pelo crescimento e pela competitividade, deixaram-se levar e enterraram os Estados em dívidas e promessas que não podiam cumprir, por um simples motivo: objectivamente não tínhamos nada, absolutamente nada.
Se esta cautela foi o trunfo de Salazar para passar o meio-século foi também o que levou o Estado Português a tornar-se num dos mais atrasados da Europa. 
Mas, não é a estabilidade do povo que está em causa? A resposta é sempre afirmativa, mas nenhum Estado pode atrasar a evolução social de um povo só para se proteger da bancarrota.
Os liberais sabiam disto muito bem e fizeram o seu trabalho. Mas o exagero e a vaidade impuseram-se para achar que o Estado devia ser colocado de lado, que só atrapalhava. Primeiro surgiu a ideia de que o Estado deveria ser só regulador, depois, numa postura neo-liberal, que o Estado só servia para atrapalhar.
Tal como nos contos de Mark Twain, todos os homens são fortes até serem confrontados com a sua fraqueza. A fraqueza do sistema liberal é o Estado, a necessidade de Estado, de sistema político, de regras e, claro está, de segurança em todas as matérias.
Por isso não é de estranhar o que se está a passar com os monstros do capitalismo. De facto, não esperava que acontecesse tão cedo, mas aconteceu.
Agora uns tentam dizer que o problema está "a montante", que é uma expressão bonita, mas que realmente é tão óbvia que nem se sabe bem o que pensar. Colocam as culpas no "capitalismo selvagem". Right, right! É evidente que o problema está a montante e é claro que a culpa é do capitalismo selvagem! Esse é que foi o problema que se tentou focar. Onde estavam esses iluminados na altura? A fazer contas e a ler o Jornal de Negócios, porque estava aí o futuro - quais castelos de areia - e era preciso ser pragmático.

Nota 1: este post não tem a intenção de ser provocador, mas é claro que também é dirigido ao yuppie boy por questões óbvias.

Nota 2: Em nenhum momento deste meu comentário deverá ser interpretado algum ressentimento nem é a minha intenção dizer "eu bem avisei". As coisas são como são e temos de saber sobreviver aos problemas que nos aparecem pela frente com sensatez suficiente para sair deles, sem que o orgulho nos corrompa - outra lição da História, da Filosofia e muito da Literatura.

A esquerda unida

Parece que Manuel Alegre foi deixado de fora da Fundação Res Pública. Afinal, parece que esse grupo de reflexão não é assim tão aberto quanto isso. O ressentimento é algo típico no Partido Socialista que, como sempre defendi, é um partido sectarista, de aparelho, de sistema. É claro que a direcção do PS não é obrigada a convidar ninguém, mas todos reconhecemos a importância de Manuel Alegre, pelo menos a avaliar pelo resultado que obteve nas presidenciais.
Estranho é os sempre atentos esquerdistas nada terem dito em relação a isto. É o costume. A esquerda além de imprudente também é descomprometida.

16 de set. de 2008

Será que compensa o risco?

Esta história dos protocolos de descentralização de competências assinados entre Governo e Autarquias tem o seu q de Lehman Brothers. O risco é demasiado alto...

O avôzinho

Jean Claude Trichet tem sido responsável pelos maiores apertões de cinto sofridos pelos Portugueses nos últimos tempos. A obstinação de controlar a inflação pela via da manutenção das taxas de juro elevadas teve como consequência directa o aumento da Euribor e consequentemente, o aumento das prestações do Crédito Habitação e a diminuição do investimento, não tendo trazido a diminuição esperada da inflação. Com isto, o cidadão comum, viu o seu orçamento esmagado e as oportunidades de negócio por um canudo, isto porque a política do BCE trouxe tambem um assumir de risco mínimo nas operações por parte da banca. Já quando se fala em alta finança, o avôzinho, que clama poupança e retrai o consumo, transforma-se e vai ao seu colchão tirar milhares de milhões (não é boca) para emprestar (ou dar). Ontem foram 30, hoje são 70. Amanhã, ninguém sabe. O que se sabe é que o BCE está a injectar dinheiro. Obviamente que o está a injectar em quem está mais descapitalizado, fruto do excessivo risco que correu, o Millennium é aqui um bom exemplo. Esperemos que o caso da Lehman não se repita na Europa e, pior, me calhe uma parte dessa factura.

PS vs F. C. Porto

Paulo Pedroso, à data número 2 do PS, esteve 135 dias em prisão preventiva. Pinto da Costa, há décadas líder do FCP, também esteve preso preventivamente. É dificil de precisar quanto tempo mas sabe-se que não foram mais de 3 horas. As acções interpostas pelos arguidos renderam-lhes indemnizaçãos de 135 e 20 mil euros respectivamente. Pedroso foi pago a pouco mais de 40 euros à hora ao passo que Pinto da Costa recebeu quase 7000. Lembrem-me deste post se um dia vier com ideias.

Frutos da crise III

O indice PSI-20, tal como todos os congéneres europeus, caíram acentuadamente ontem. A Bolsa Portuguesa foi das que menos caíu tendo no entanto uma quebra superior aos 3%. Hoje, estará tudo igual com os mercados retraídos devido a inxistente liquidez. Presumo que já não falta muito para a corrida às commodities.

15 de set. de 2008

Frutos da crise II (act)

Ainda não passaram 12 horas desde o anúncio da falência do Lehman e já se notam os efeitos. A Euribor começa a bater records. E ao que parece, não vai fcar por aqui. Assim que possivel colocarei link. Para os que têm fé e/ou persistência, aqui fica o link.

Frutos da crise I

No post abaixo, dizia que mais uma vez, a base da pirâmide ia pagar os devaneios do topo. Pois bem, ainda não passou um dia e já se notam os efeitos da falência do colosso americano. O site do Negócios, não abre. São tantas as visitas que deu o tilt. Há lá direito?

E depois do Adeus...

Tal como dizia há meia dúzia de dias, o problema da banca, especialmente a Americana mas tambem a Europeia, está a montante de toda esta crise. Está na excessiva ambição, que levou a excessivo risco. Tudo isto debaixo das barbas de Governos e Bancos Centrais que com excessivo laxismo não quiseram compreender a avalanche que aí vinha. Agora, aqui d'el rei, - nacionalizações, garantias de crédito e fundos ilimitados (1 e 2) para a recuperação das IC's. Mas há pior, a irresponsabilidade de alguns, afecta todos. As bolsas começaram hoje a cair, ao contrário do Euro que inicia um esperado período de forte valorização. Estes são dois factores que vão certamente levar os investidores para outros mercados. Já se sabe, primeiro petróleo, ouro e platina. Se preciso fôr, cereais... e aí estamos nós, cidadãos comuns e anónimos, a base da pirâmide, a pagar a conta. Novidades, novidades...

Bear, Fannie, Freddie and Lehman

Está aí a quarta queda no sistema financeiro americano. Desta vez o Governo Americano não foi em cantigas e deixou mesmo o colosso cair. Irredutivel nas negociações negou até o aval de compra por parte do Bank of America e do Barclays. Para já, há pelo menos dois factos menos maus, - a sangria ainda não chegou à Europa e os clientes das falidas serão protegidos.

A nossa educação

Tirando os diários, é raro o jornal ou revista que leia no próprio dia da compra. Entre o carro, a mala do pc passando pela secretária ficam pousados alguns dias, alguns eternamente, até que lhes dê atenção. Com a reportagem da Sábado (sem link), a que aqui faço referência, não foi excepção e por isso, só hoje escrevo este post. Estranho que a blogosfera não se tenha debruçado sobre ele. Parece-me grave que usem manuais escolares para doutrinar pessoas. A História é uma ciência. Como tal, deve ser objectiva e factual, sempre que possível. Acho lamentável que se consigam encontrar excertos como os que aqui transcrevo e fico pasmado perante a falta de reacção do Ministério da Educação.
"Se, na URSS, a acção de Estaline provocou milhares de mortos e a deportação de milhões de pessoas para campos de trabalho forçado na Sibéria, nos EUA a perseguição aos suspeitos de simpatizarem com o Comunismo e de promoverem actividades anti-americanas transformou-se numa verdadeira 'caça às bruxas' que ficou conhecida por Maccarthismo" Texto Editores
a comparação é, no mínimo, brilhante
"O exército ZapatistA de libertação nacional é um movimento social que luta pelos direitos dos povos indigenas da América Latina. No México tem combatido pela libertação do povo de Chiapas. Os objectivos dos Zapatistas são: o fim da pobreza e da violência, o direito à terra, os direitos das mulheres, a preservação ambiental, aplicação da democracia e da justiça" Asa
em nenhum lado é dito que se trata de um movimento de guerrilha num país democrático
"A cimeira UE-África, realizada em Dezembro de 2007, aprovou uma estratégia conjunta para regular, a longo prazo, as relações entre os dois continentes a nivel económico e político e procurou garantir um maior respeito pelos direitos humanos" Texto Editores
esta só pode ter sido por encomenda

13 de set. de 2008

O rio do esquecimento

Em muitas artes da fuga nos tem habituado o Partido Socialista ao longo destes 3 anos e meio de governação. A remodelação ministerial para calar alguns sectores, o silêncio estratégico em determinadas matérias fundamentais, os holofotes virados para o Dr. Pinho na promoção de um Portugal moderno, etc.
Mas começa a ser notória a inquietação do governo, as falhas evidentes e a falta de vigor para aguentar o barco. Uma prova clara disso é esta entrevista de Alberto Costa ao Expresso. A forma como o ministro se descarta e se esconde atrás da sua secretária é assustadoramente evidente. Isto num dia em que o governo admite as falhas na reforma penal. Claro que a oposição nada pode dizer a este respeito porque tem um gigante telhado de vidro.

12 de set. de 2008

Coisa chata a Constituição da República Portuguesa

Isto provavelmente não interessa a ninguém. Para que é que vamos estar a chatear-nos com questões deste género. Isso é para os teóricos discutirem. Os teóricos é que têm de saber qual é o valor do voto, discutir o estatuto dos emigrantes, perceber a Constituição. Aqui a malta quer é que os políticos dêem ideias, seja construir uma casa amarela, seja colocar um parque de diversões, desarmar a guarda, prender todos os criminosos do mundo com livros de multas. E que falem, que políticos calados também é grave. Mas que não falem muito que são uns demagogos.
Coisa chata a Constituição. Para que serve, afinal?

A crise chegou à blogosfera

ou, estão aí as fusões


Havia alguma expectativa em relação às mudanças anunciadas por Daniel Oliveira no seu Arrastão. Nada que me despertasse a curiosidade e muito menos, tirasse o sono. Hoje, ao abrir a página do Negócios, vi já online a PlanoB, secção sobre blogues e internet do jornal, que é editada por Paulo Pinto Mascarenhas, dei de caras com a novidade. Ainda não quero acreditar que o irmãolúcia, vai parar ao covil (a expressão é do próprio). Atrelado, vai também Pedro Sales do Zero de Conduta. Depois da saída de DO da direcção do BE, havia que colocar alguem do aparelho no blog "oficial" do partido.

A vida tambem pode ser bem disposta

Nos EUA fabricaram uma máquina que apanha gatunos.
Testaram-na em New York e em 5 minutos apanhou 1500 gatunos.
Levaram-na para China, e em 3 minutos apanhou 3500.
Trouxeram-na para Portugal e num minuto, roubaram a MÁQUINA!

Depois de ver esta piada e de ter lido esta reportagem fico mesmo com a sensação de inutilidade do "cofre do Tio Patinhas". Se não roubam no interior, facilmente roubam no exterior.

(depois d') a frieza dos números

urge acelerar o passo. Afinal, ainda faltam 50 mil empregos (qualquer coisa como um terço do que prometeu, Sr Sócrates).

11 de set. de 2008

Incrível, o silêncio de Ferreira Leite

Talvez o primeiro-ministro deva deixar Rui Pereira justificar-se sozinho. É o melhor, aliás, o senhor já é suficientemente grandinho e sabe-se defender, para que é que é que Sócrates se há-de chatear?

A queda do gigante...

...ou dos dois gigantes se preferirem

Em Portugal, na Europa, na Ásia ou nos Estados Unidos, o comportamento das bolsas é bem mais próximo do electrocardiograma do que a esperada linha de tendência. Reage-se hoje de forma extemporânea e valoriza-se mais a especulação, o boato e a "perspectiva de", do que a postura séria centrada na organização, na eficácia e obviamente no lucro.

Hoje, é possível valer 1 à segunda, mandar o bitaite na terça alcançando assim os 2 na quarta mas correndo o risco de ser tudo desmascarado e fecharmos a semana a 0,5. Não é grave, podemos todos apostar no petróleo ou comprar umas barras de ouro. Se estes estiverem em queda, então compra-se arroz, lança-se o pânico e os cobres continuam a entrar. É a idade do faz de conta e do capitalismo selvagem e completamente desregulamentado, passo a redundância. O mercado sobrepôs-se aos governos e impôs o seu método. Os governos, fragilizados e com favores por pagar, acumulados durante anos, acederam e fecharam os olhos. E o capitalismo foi crescendo, alimentando-se de princípios, solidez e produção. Agora que está grande e com fome não sabe onde ir buscar mais comida. O círculo está fechado e não há por onde fugir. Os governos, que a montante não se preocuparam em regulamentar e observar o crescimento da cria, têm agora o problema entre mãos. E também eles não têm grande saída. Ou não têm coragem para a levar avante. Em vez de deixarem o mercado regular-se, partir-se, desaparecer, reerguer-se e voltar a crescer sozinho e independente como o próprio sempre defendeu e pugnou, colocam a mão por baixo e salvam a honra do convento. Com isto, atingem o capitalismo em cheio. Provam que ele não se auto-regula e que é frágil. Há hoje, certamente uma multidão de gente a bater com os pés no chão e a sufocar de tanta gargalhada. Não foram precisas manifestações nem enfrentar canhões de água. O gigante caiu por si.

Que ao menos daqui se tirem ilações e se aprenda com o erro…

10 de set. de 2008

tanto vai o cântaro à fonte...

Os piscares de olhos do Partido Socialista não param. Depois de Helena Roseta ter ido dar uma mão a António Costa (nada contra) parece que o tão anunciado think tank socialista já começa a cativar até os mais arrivistas à esquerda. Reflexão, chamam-lhe eles.  Os elogios vão de lés a lés, de Santos Silva ao próprio José Sócrates. Afinal somos todos amigos e a esquerda é uma grande família. Só falta Manuel Alegre juntar-se ao coro e Louçã aceitar uma coligação. Tudo pela grande nação socialista. Aceitam-se até os rótulos de social-democracia, que afinal é bem vinda, não tivesse ela nascido à esquerda.
Minhas senhoras e meus senhores, apresentamos: o Socialismo Europeu (ou a continuação de vota no PS mesmo quando não merece).

O jogo de sombras

O silêncio de Ferreira Leite não caminha sozinho, caminha lado a lado com os jogos de sombras do Partido Socialista. Assustado, ou preocupado com o futuro da nação - who can tell -  o partido solta os cães de fila em várias frentes a ver no que dá. Desta vez foi Paulo Pedroso a sair da toca - onde o Estado o enfiou e pela qual teve de pagar - para falar em bloco central.
Não sendo ainda muito clara a estratégia do partido que parece que governa Portugal a velocidade cruzeiro, é de desconfiar das boas intenções, sejam elas quais forem. Não nos esqueçamos que é a carreira de José Sócrates que está em jogo.

9 de set. de 2008

Da emigração em Espanha

Las empresas vascas buscan trabajadores especialistas en el Este de Europa y en otros países "porque aquí no los hay"
Cristina Krug Zulueta, máxima responsable da Global Work Services

À deriva

Parece que tudo corre mal para os lados do PP, pelo menos aqui da minha janela. Um vice-presidente que não é há um ano mas que ninguém sabe. Uma luta pela chefia da bancada parlamentar quando o que ia safando o partido era a bancada parlamentar. Um governo a antecipar medidas de segurança que seriam pedidas pelos deputados. Levantar a questão do Rendimento Social de Inserção (rendimento mínimo) no dia em que se conhecem mais umas chorudas reformas mensais.

É como ler as gordas nos jornais

Tal como Pedro Picoito também me parece que os críticos do discurso da líder do PSD não tentaram perceber o grosso do dito cujo, ou tampouco o leram. Ontem perdi uns minutos a ler as palavras da Dra. Ferreira Leite, e de facto é um bom discurso, um discurso essencialmente político, objectivo e feito com a segurança de uma oposição consciente e sólida, e não de uma qualquer tentativa de mediatização ou teatralidade típica das rentrées.
Há algo de assustador nas interpretações que se fazem das palavras. Talvez por ter sido educado a seguir princípios bem estruturados e definidos nunca me passou por ser mesquinho na avaliação daquilo que os outros dizem. No entanto, parece ser uma moda recolher frases à solta para se poder interpretar a seu bel-prazer o que os outros dizem. Por aqui tem sido uma constante, por exemplo.
É nesta deslealdade que se encontra uma das mais profundas razões para o descrédito. Os políticos, os críticos e todos os que se encarregam do comentário político não sabem discutir, não sabem entrar no campo de ideias. E o campo de ideias é muitas vezes, ou deveria ser essencialmente, o campo da filosofia. Sem a perspectiva filosófica a política não é sólida mas sim descartável. E deste modo é impossível crescer, desenvolver e estabilizar uma comunidade. O que todos sabem fazer é pegar em meia dúzia de frases soltas e destruir todo o contexto. O medo desse confronto político leva à mentira e a à falta de cordialidade. Alguns chamam a isto "o jogo da política". Mas a política não é nenhum jogo, é a vida de todos. Parece banal, não parece? Pois é.
Não quero estar a fazer previsões mas com um discurso assim, com trabalho diário e com uma bancada parlamentar bem dirigida o PSD tem hipótese de ganhar a força que perdeu por seu próprio demérito.

É este o caminho?

O Governo de José Sócrates decidiu atacar o insucesso escolar. Atitude louvável e sem dúvida contribuinte de uma das bases mais importantes para o sucesso de um país - a educação. Mas fê-lo da pior forma possível. Ajeitando os números e com propaganda. Dos computadores para todos, que serviram mais para dar computador novo a quem já tinha do que realmente a quem precisava, ao Magalhães para o básico, tudo foi usado por este nosso Governo tecnológico para esconder o problema. Mas a propaganda não conseguia por si só, esconder a estatistica que é pelos vistos, o único problema da educação em Portugal. Os alunos não estão mal preparados, os professores não sao maus, as condições são melhores que óptimas e os os pais estão comprometidos a ajudar. O problema é mesmo a avaliação que é rigorosa, exigente e implacável. Vai daí, menos conteúdos, menos exames, menos exigência et voilá, temos agora resultados fantásticos. Pergunto é de que nos servem estes "resultados". 

E é por tudo isto que ao ler noticias deste tipo, é mais a apreensão do que a esperança.

8 de set. de 2008

É desta que arranca?

No dia em que o INE revê em baixa o crescimento da nossa economia, nem tudo são más noticias. 
O relatório aponta uma desacelaração do consumo privado - nestes tempos conturbados da economia é bom saber que as familias moderam os seus gastos e pensam duas vezes antes de reccorer ao crédito. Mas a grande noticia é o investimento que subiu em relação ao período homólogo e em relação ao trimestre passado. Da equação keynesiana, este é mesmo o factor determinante para o desenvolvimento de um país e o mais potenciador de crescimento futuro. A reboque do investimento, vem o emprego, que tambem aumentou. Ainda estamos longe dos 150 000 mas la chegaremos (ahahah).
Bem, ia-me esquecendo das Bolsas.Fruto do resgate da Fannie Mae e da Freddie Mac por parte do Governo dos EUA, estão todas eufóricas com ganhos significativos em todo o sector financeiro (em Portugal sobem mesmo todas as cotadas). 

Fica a sensação de que basta um mês com o Governo em férias e a oposição calada e isto começa logo a encarreirar... 

A Luanda que não anda de Cayenne

Acabei há pouco de ler "Auto-retrato de Luanda", uma reportagem da Única baseada em fotos tiradas pelos habitantes dos Mussekes, com máquinas descartáveis enviadas de Lisboa, que foca os desalojamentos que têm sido feitos para construir os novos condomínios fechados - a nova Luanda. As fotos podem ser vistas aqui - e valem bem o tempo. E também podem ler a dor de cotovelo por não terem podido embarcar para Angola - a tal de que o cordeirinho e empregado fiel, Daniel Oliveira já se tinha queixado.

Não há paciência

Alguém explica a esta senhora que ela não sabe do que está a falar? Muito obrigado!
Será que está a tentar convencer pela exaustão? Ah, meu querido estalinismo!

Das coisas reais

Não vi nem ouvi o discurso de Ferreira Leite na Universidade de Verão por manifesto desinteresse, diga-se. Nunca esperei muito dos discursos da rentrée política. São sempre vazios e desprovidos de oportunidade. O país parece que pára um mês (eu parei, pelo menos) e que anda a engolir em seco e a guardar para depois metralhar tudo nos primeiros dias de Setembro.
É evidente que o discurso de Ferreira Leite não ia trazer nenhuma bomba explosiva. Todos sabemos que a senhora não é de bombas explosivas. Sabemos também que o que a senhora disse e que o PS criticou, pela voz de Vitalino Canas, é verdade e que é preciso mudar. Mas o PS também não tem muito mais a dizer.
A Dra. Manuela Ferreira Leite tem feito discursos puramente políticos. Torna-se constrangedor o silêncio em relação a matérias específicas. Mas, de que vale estar agora a falar como se se estivesse a contar novidades um mês depois dos acontecimentos?
O que mais gosto de ver é a fúria com que estrebucham os seus "adversários" sempre que ela se mexe - sejam internos, sejam externos. Ainda a procissão vai no adro.

Mais tarde virão as ideias...

... para já ficam as criticas.

“Como é possível que o Ministro da Administração Interna admita que se organize uma operação policial destinada a passar em directo na televisão, escolhendo o terreno tristemente emblemático de bairros problemáticos, sacrificando a um momento mediático a necessária pacificação e acalmia nas zonas de maior tensão? Para um Governo que diz ter preocupações sociais, não podia ter mostrado maior insensibilidade social. Mais uma vez se viu que o Governo não sabe actuar fora do espaço do espectáculo e do mediatismo, o cenário em que verdadeiramente se move bem.”
MFL, no encerramento da Universidade de Verão do PSD

7 de set. de 2008

Realpolitik

É a palavra do momento e tornou-se mesmo a biblia de José Sócrates. Chávez, Kadhafi ou José Eduardo dos Santos tornaram-se amigos do peito do nosso Primeiro. O gaz natural e o petróleo que estes países exportam é de extrema importância para o nosso país, ainda com uma dependência enertgética enorme, e levam Sócrates a engolir o sapo. Angola representa mais ainda, representa a oportunidade e a salvação de muitas empresas nacionais e mesmo de muitos Portugueses. É a economia a imperar. E portanto, situações como as que estãoa acontecer nas eleições Angolanas são para esquecer, para esconder, ou simplesmente para virar a cara para o lado. Talvez estes números expliquem alguma coisa:

  . PIB: 16% esperados em 2008;
  . Excedente orçamental: 7% (o break even seria o ideal mas lá não há tempo suficiente para gastar o dinheiro...);
  . Balança Comercial: 12% (é o diferencial entre exportações e importações).
 

6 de set. de 2008

Monstros e Cª

Pois é, meus caros comanditados, estou de volta às lides deste miserável espaço de comentário político e afins. Ainda a chegar de férias não tive o tempo suficiente para dedicar à revista de imprensa.
Fiquei apenas fascinado com algumas linhas desta entrevista do camarada Jerónimo ao jornal Expresso, a que darei mais atenção mal possa. Quase que me pus de pé a cantar a Internacional. Pelos vistos, o Nuno Ramos de Almeida também o fez, mas de cocktail na mão, embora diga o rapaz que já não vai lá desde 2003. Ah, pois é! Once he was a commie, but that was a long time ago!

5 de set. de 2008

4 de set. de 2008

Em Espanha pode-se dizer abertamente

"Não parece razoável que com 2,5 milhões de desempregados continuemos a recorrer à contratação na origem"
Celestino Corbacho - ministro do Trabalho e Imigração

Já em Portugal é xénofobo, de extrema-direita e ect e tal...

Não há duas sem três II


Mais um aviãozinho da Spanair a aterrar num local diferente do local de destino. A popularidade deve estar mesmo nos píncaros.

3 de set. de 2008

Não há duas sem três

Afinal não é só Passos Coelho e Aguiar Branco que falam no PSD. Paulo Rangel tambem. Pena ninguem ter notado...

Isto é fraude ou sou eu que sou paranoico?

1. Alguem lança para os jornais que a CGD está a negociar uma fusão entre Zon e Sonaecom;

2. As duas cotadas das telecomunicações avançaram 3,75% e 7,39% (pela mesma ordem da frase anterior);

3. Faria de Oliveira vem desmentir as negociações.

Ninguém investiga?

Depois do sapo, o músculo erógeno



O Centro Báltico de Arte Contemporânea em Gateshead, Inglaterra, tem exposto uma colecção de trabalhos de Terence Koh, onde mostra que Cristo, o Mickey e o ET tinham pila.

Insider trading

Talvez informações confidenciais de Deus - que como se sabe é o mercado e vice-versa - levaram a Igreja Católica espanhola a dissolver a sua maior empresa de investimentos, a Umasges, a sair de bolsa. A sociedade controlava participações no valor de cerca de 10 mil milhões de euros.

2 de set. de 2008

A culpa é sempre dos imigrantes

“Excesso de estrangeiros foi um dos factores que gerou desemprego”
Joaquim Evangelista, Presidente do Sindicato dos Futebolistas

Nexo de Causalidade

Faz sentido usar a expressão nos mercados bolsistas ou depende tudo do comprimento da linha?
Taro Aso é dado como o provavel sucessor de Fukuda à frente do Governo do Japão. Aso é um confesso adepto de "manga" e considera-a um baluarte da cultura ficcional Nipónica.
Vai daí, o índice nikkei abriu hoje completamente louco levando as empresas ligadas à bd a valorizações que chegaram aos 45%. Foi uma abertura "de grande intensidade" e a sanidade mental só foi reposta 30 minutos volvidos. No restante da sessão as empresas entraram em recuo chegando mesmo assim ao fim com ganhos superiores a 13%.

Política à Portuguesa

Só mesmo num partido com tão pouca expressão e tão centrado no líder se pode esconder a demissão de um vice durante tanto tempo.

1 de set. de 2008

Gustav vs OPEP

Dizem os rapazes da metereologia que o Gustav está a perder força ao chegar à costa Norte-Americana. O tipo não tem definitivamente sangue russo e vai daí, acobardou-se. À partida, uma boa notícia para quem tem de abastecer o carro à custa da sua própria carteira. A ameaça deixa de existir e a recente trajectória ascendente do preço do petróleo tende a inverter-se. Mas a história não acaba aqui. Nem sequer o capítulo, que tem no próximo dia 9 mais um episódio chave. A reunião da OPEP. Era esperado um corte na produção para fazer o preço subir novamente. Este corte era praticamente uma certeza há uma semana atrás. Hoje, e com a subida imposta pelo Gustav, a reunião de amanhã é uma verdadeira incógnita. Prevejo um ligeiro corte que terá um impacte reduzido nos mercados mas... pelo sim pelo não, vou abastecer já hoje.