16 de out. de 2008

Coisas realmente importantes

Não é de espantar esta notícia do Público. É uma situação grave e reveladora da forma como a sociedade portuguesa encara os problemas da sexualidade. Desde os pais ao mais básico programa de entretenimento juvenil (ex: Morangos com Açucar), as questões relacionadas com a sexualidade são tratadas de forma leviana, com muito receio e vergonha por quem será mais responsável.
A ignorância em que o país foi vivendo potenciou um desconforto muito grande na abordagem natural da sexualidade. O sexo foi sempre encarado como o mais íntimo segredo do Homem, sendo que da intimidade para o segredo e vergonha de abertura vai uma grande diferença, e o caminho certo para um sem número de chatices.
Se a utilização prática da contracepção é um mistério para muitos, imaginemos a noção de contágio de doenças para não falar da mais básica responsabilidade que é gerar uma criança.
Um dos motivos porque me opus ao aborto foi exactamente este. Não quero com isto vir levantar novamente a discussão, até porque os resultados têm sido, de certa forma positivos e equilibrados, ao que me parece (não sou conhecedor profundo dos dados oficiais).
Uma sociedade forte é também uma sociedade consciente e aberta. O conservadorismo faz-se da preservação da espécie e não da sua deturpação. Esta situação é, portanto, grave e é importante que o Estado (todos nós) caminhemos no sentido de maior atenção, preocupação, informação e ajuda. É essencial perder a vergonha e perguntar.

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