9 de jan. de 2009

Crédito Habitação: taxa fixa ou variável?

Sempre que a Euribor se movimenta de forma reiterada ascendente ou descendentemente, surge a discussão entre taxa variável e taxa fixa, ainda que por um período limitado de tempo. O negócios fez o exercicio de comparação onde conclui que a taxa variavel é agora mais favoravel. Óbvio. A taxa fixa, que pode ser contratada por diferentes períodos, reflecte apenas levemente a tendência das Euribor o que faz com que não desça nem suba tão rapidamente. Assim, a taxa fixa é tendencialmente mais alta que as Euribor quando estas estão a descer e mais baixa quando sobem. Aplicar cálculos na comparação das duas é, a meu ver entenda-se, um exercicio errado e inutil pois será sempre demasiado datado para ter validade*. A escolha de um ou outro sistema prende-se com o perfil conservador ou não do cliente. Para o bem e para o mal, a taxa fixa mante-se, tal como o nome indica, estável o que permite uma orçamentação rigorosa. Ao contrário, a taxa indexada pode trazer surpresas que desiquilibram a carteira. Deve portanto ser tido em conta que uma configuração de ganho hoje pode ser uma de perda amanhã.
Mas há algo que o Negócios não fala e é bastante penalizador da taxa fixa: - a penalização associada à liquidação antecipada do empréstimo, que na taxa variável corresponde a 0,5% do montante em dívida e na taxa fixa é quase sempre superior a 2% (isto para o período em que se usufrui dela). Com as reservas que a banca apresenta agora em suportar as despesas de transferência, cenário que se tende a agravar, a taxa fixa torna-se uma prisão pois o montante de penalização anula o potencial ganho na transferência. Sem cálculos e com um aviso de acompanhamento constante e atento do comportamento da prestação, eu aconselharia portanto, a taxa variável.


*O artigo do Negócios é no entanto, óptimo para quem não está muito familiarizado com a mecânica dos Créditos Habitação e com o comportamento das taxas de juro.

2 comentários:

Anônimo disse...

Taxa variável ponto.
A taxa fixa será sempre mais cara. Ou será que os bancos estão interessados em perder dinheiro?!?!

Há sempre a hipotese de arrendar casa. Com mensalidade fixa...

Yuppie Boy disse...

Não deixo de concordar consigo mas, e apesar de todos os cálculos que possam ser feios, julgo que a decisão se prende mais com o perfil do cliente do que com as possiveis perdas/ganhos. E nem sempre a taxa variavel é compensatória. Se a compra da casa coincidir com o ponto de inflexão das Euribor entre a descida e a subida, temos todas as vantagens em contratar a taxa fixa pois a taxa fixa encontra-se no valor minimo tal como a variavel mas ao passo que a primeira se mantem, a segunda prepara-s para disparar. O que vemos nos dias de hoje é o contrário o que torna a fixa desvantajosa.