3 de jan. de 2009

Têxtil a arder

É curioso que quando é evidente que bancos praticaram actos de legalidade duvidosa para ganhar dinheiro, logo se mobiliza o Estado para os ajudar, para evitar a crise do sistema e mais não sei quê. Mas quando esses mesmos bancos estrangulam outros sectores de actividade - actividade produtiva - sem terem a menor preocupação com as crises de sistema ou de sector - mesmo que seja um sector que está em fase de modernização -, não se pensa que o mal é dos bancos, nem se mobiliza o Estado para o ajudar: logo se pensa que o mal é do sector.

Qual será a dedução lógica da situação para os empresários desse sector? Praticar actos de legalidade duvidosa e tentar entrar para o capital de bancos.

2 comentários:

Yuppie Boy disse...

O spread está intimamente ligado ao risco que o empréstimo comporta sendo o sector um dos pontos importantes nessa avaliação. A banca deve defender-se e ajustar o binómio risco/beneficio, algo que não fez no passado e que levou aos resultados que conhecemos. Se existe um sector em crise, então deve ser o Estado a ajudar e criar os meios necessários à sua recuperação. Mas que fique claro, só o deve fazer se houver hipóteses reais de recuperação, caso contrário é preferivel deixar cair.. doa a quem doer.

Anônimo disse...

Yuppie desculpe lá a insistência, mas aquilo em que a banca se endividou ao ponto de precisar avales e compras do Estado não foram negócios de risco? Se não foram de risco então porque é necessário tudo isto? Quantos bancos aposta(ra)m em futuros? Há uma responsabilidade social e um risco controlado quando se aposta na indústria produtiva. Quando se fala de empréstimos às empresas fala-se demasiado de risco, ou seja, coloca-se o ónus nas empresas. A questão está do outro lado e não é o risco que está em causa, o que está em causa é o tempo do tempo do retorno do empréstimo/ investimento. Semântica, dir-me-á, de certa forma sim, mas faz toda a diferença.