23 de dez. de 2008

Ai a crise...

Quem me conhece e sabe as minhas tendências políticas tem alguma dificuldade em compreender o asco que devoto aos mercados bolsistas. A artificialidade e a ganância que por ali grassam (para além de eu achar que metade daquele dinheiro que passa de mão em mão pura e simplesmente não existe:)...) estão na base de toda esta crise de confiança (sim, era mesmo confiança que queria escrever, não económica...) que abala o mundo. Mas que ela está aí instalada, isso não há como negar. O problema, na minha modesta opinião, é que esta crise vai servir de guarda-chuva a muita sacanagem por essas empresas fora. Basta esperar pelos resultados de grande parte delas no decorrer de 2009 para se perceber que a crise, afinal, não tocou a todos. É que o discurso, não sei se repararam, já mudou um bocadinho. Já não é 2009 que vai ser o cabo dos trabalhos. Será só o primeiro semestre. O segundo já poderá registar um crescimento pequenino, mas sempre um crescimento...
Nos últimos anos, por força da posição ocupada na empresa onde trabalhava, era obrigado a «gerir» mais de 30 pessoas. Como tal, tornei-me um crítico da forma como o trabalhador português encara a sua actividade. Mas a conclusão final a que cheguei (mesmo antes de ser despedido sem dó nem piedade...) é que o grande problema em Portugal está no lado de quem manda e não de quem obedece. Os gestores nacionais são muito, mas muito maus. Por isso é que acredito que grande parte destes merceeiros vai aproveitar a crise para despedir, reformular, renegociar e reestruturar. Quase sempre em proveito próprio, está bom de ver...

PS: Boas Festas aos amigos de comandita e a quem por aqui passa.

Um comentário:

Yuppie Boy disse...

Continuo a acreditar que o bem do patrão e do empregado podem andar de mão dada. Basta que compreendam que não evoluem um sem o outro.