7 de dez. de 2008

Do discurso e da metodologia

Para combater a crise que se instalou, as palavras de ordem parecem ser gastar, gastar e gastar. Colocar liquidez, inundar o mercado de moeda e esperar que ele reaja. Controlo de défice e inflação são palavras que caíram em desuso e o importante é agora estimular o consumo, quer público quer privado. O governo apresentou, e aprovou, um orçamento fortemente expansionista. Agora apresenta o plano para o sector automóvel, que mais não é do que a “compra” da manutenção de empregos até 2010, - certamente não será este o único sector a precisar de intervenção. Rigor, eficiência ou produtividade também já não são vitais na indústria. A prioridade é a maquilhagem, ainda que temporária, das deficiências do nosso sector produtivo à espera que, miraculosamente, a bonança regresse, - longe vão os tempos do choque tecnológico. Quando tal acontecer, Portugal estará igual a si próprio, obsoleto, desprevenido e fortemente endividado. Vivemos sempre no limiar e o suficiente parece sempre ser bastante. A inércia e a procura de soluções de não rotura colocam-nos numa faixa cinzenta que não reforma, esmorece ambições e paulatinamente, como gostamos, vai-nos afastando dos congéneres.
Os exageros cometidos hoje, serão pagos só amanhã. Sócrates tem razões para sorrir, nós… bem… nós… só mesmo para chorar.
Queria escrever um post a questionar o alto endividamento dos irmãos Martins e do "colosso" Martifer mas... o que saiu foi o que leram. Peço desculpa.

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