Quem compra um be ou serviço deve pagar por ele. Quem presta ou vende esse mesmo serviço deve ser pago. Tão simples quanto isto. Justificar atrasos de meses com expressões como a de Conde Rodrigues, onde diz que “os advogados não são funcionários do Estado, pelo que não se pode falar em salários em atraso”, é no minimo fugir à questão de fundo que é tão somente a enorme dívida que o Estado, - a advogados e a outros.
Mas há mais frases brilhantres. Conde Rodrigues devia saber que “Os advogados são profissionais liberais que se candidatam a fazer defesas oficiosas para apoiar as pessoas mais desfavorecidas” apenas e só porque não conseguem angariar clientes ou manter um escritório e este rótulo de altruismo só mesmo por pancadinha nas costas à boa maneira - não te pago mas és o maior.
6 comentários:
De facto. Só fiz oficiosas por puro altruísmo (que teve o limite de 3 anos, até dizer delicadamente que ando demasiado ocupado e há colegas que precisam mais). De todo o modo, só recebi uns patacos (cerca de 10% do que deveria ter recebido pela tabela de honorários).
Criar advogados do estado (district attorneys) era certamente a melhor maneira de proceder.
Agora, dever salários ou prestações pecuniárias debitórias integradas numa relação de prestação voluntária (mas onerosa) de serviços é a mesma porcaria. É fugir à questão certamente e usando maus expedientes jurídicos para o efeito.
Gato
Seria mais ou menos o mesmo que dizer que o Estado não me serve para nada por isso não pago impostos, certo? Que é o mais labiríntico de tudo isto, os advogados ao pagar impostos estão a pagar ao senhor Conde Rodrigues.
Justiceiro
Ainda bem que me dou bem convosco. Livra...
Caro Gato,
No dia em que os senhores do Governo ou da Ordem dos advogados entenderem o conceito de "district attorneys"...
Acho que o Yuppie tem razão, não é por autruismo que actualmente se faz apoio judiciario, mas mesmo assim, não me parece justo que sejam os advogados (que recebem honorários bem abaixo do valor devido-porque fixado por portaria, e se resolvido o litigio por acordo mais baixos são, etc...)a suportar o custo de um serviço que deve ser garantido pelo Estado, é que suportam-no de duas formas, recebendo menos e muito, mas muito tarde(ex. 8 anos) e suportando mais das vezes algumas das despesas do processo (telefone, fax, papel, correio)...
Mas o Sr. Secretario tem razão, não são salarios em atraso, é SÓ MAIS UMA dívida do Estado...aliás quantas empresas estão em risco de falir (perdão, tornarem-se insolventes) por terem créditos sobre o Estado???
(Gostei do detalhe da pancadinha nas costas, olhe que é mais "biqueiro no..", caro Yuppie)
Cump/
Cara Girlfrom,etc.
Concordo. As dívidas estatais sao um problema geral. Aí, como nos advogados, o Estado estrangulou quem devia suportar. A PME que foi à falência e o advogado-por-conta-própria que contava com a cartinha do IGCP a creditar aquele valor devido por aquele habeas corpus chatíssimo e complicadíssimo, que tantas horas levou (ou pelo crime de conduçõ s/efeito/alcool, o tempo dispendido não interessa).
Pagar é pagar. E o Estado não é uma pessoa de bem (pois, é um lugar comum, whtever).
É mau, mas é o Estado. Enfim. O Estado é como aquele parente distante, chato e resmungão, que - apesar de prometer o contrário - não nos dava presentes quando éramos pequenos. É um parvo mas não conseguimos deixar de gostar dele.
Z.Gato
Deve ser por isso que a instituição família está tão mal em Portugal...
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