4 de nov. de 2008

BPN II - a "nacionalização"

Cabe à CGD decidir o rumo do BPN. Cabe à CGD honrar os compromissos para com os clientes do BPN. Cabe à CGD indemnizar os accionistas (apenas os que não sejam constituidos arguidos no processo). Isto configura mais uma compra que uma nacionalização. A CGD é um banco público mas ainda assim, uma empresa. Que o Estado, por força da sua ligação ao banco público lá recrutasse os recursos humanos necessários, 100% de acordo. Que aproveitasse o know-how, 200%. Que fosse a CGD a financiar a "nacionalização", enos mal. O que me parece errado é o Estado entregar a uma empresa algo que supostamente havia nacionalizado.
O grosso dos problemas do BPN vêm das empresas pertencentes à SLN que sustentou, das megalomanias do seu ex-presidente e das dívidas contraídas por alguns accionistas. Estes três problemas, são à partida resolvidos com a necessária injecção de capital e afastamento dos culpados. O afastamento já havia sido tratado há uns meses atás com o saneamento de José Oliveia e Costa e restante matilha, falatava, ou falta, o capital. E é aqui que a história da "nacionalização" fica sombria. Ao contrário do que se diz, o BPN é um banco apetecivel com uma carteira de clientes muito especifica e que constitui uma mais-valia para quem o adquire. Compradores não faltavam. O que faltava era dinheiro para o comprar. O Estado é aqui o grande marionetista. Deixa cair, compra em saldos e dá de presente, - a CGD vai necessitar de aumento de capital para toda esta operação e está bom de ver quem o fará. Apesar de o presente não agradar ao menino Faria, mais apostado no mercado Espanhol e farto do pequeno rectângulo, é um presente gigante.
Antes da nacionalização existiam três vias: deixar cair, vender a retalho ou reerguer e vender. A mim parece-me que a 4ª é mais apeticivel, - reerguer ganhando mercado que a CGD não tinha, nem teria, e manter. Tudo isto, barato e pago pelo paizinho que somos todos nós.

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