João Rendeiro é o empresário de quem se fala. Para o bem e para o mal, fundamentalmente para o mal, o BPP está intimamente ligado à sua imagem e os dois são indissociáveis. Num período em que o banco atravessa uma grave crise de liquidez, o homem por trás dele não se esconde em copas nem espera que lhe venham resolver o problema, como aconteceu no caso BPN. Rendeiro é um dos empresários da nova geração. Hoje é fácil criticar a sua gestão e as suas opções mas não podemos esquecer a progressão que teve e os lucros que distribuiu. Confrontado com a crise e a possibilidade de colapso (ainda continuo a achar que há manifesto exagero nas previsões) o seu pragmatismo e a assertividade na acção. Parece hoje óbvio que governo e BdP não vão dar a mão ao BPP. Os "grandes" da banca tambem não se mostraram interessados na aquisição ou troca de capitais. Resta ao BPP, o BPP. Depois das declarações de Saviotti e da convocação do Conselho Consultivo e Assembleia Geral parece claro que à empenhamento na resolução, nem que seja pela via do aumento de capital. A colecção Ellipse, menina dos olhos de Rendeiro é outra opção, ainda que o seu valor obtido com a sua venda não consiga fazer face às necessidades. A possibilidade em cima da mesa da venda da colecção é, só por si, a prova do pragmatismo e da determinação na resolução do problema bem como do corte radical com a mentalidade Portuguesa, - “matava o paizinho se vendesse”, ou “está na família há anos”, ou “prefiro morrer”, ou ainda “mais vale pequeno e meu do que grande e partilhado”. O importante é mesmo salvar o "ganha-pão", - separar e largar o acessório para centrar a atenção no essencial, algo muito dificil de encontrar no "empresário/gestor" Português.
Disclaimer: A minha admiração por João Rendeiro pode em certos momentos deturpar a visão e percepção. Tentei e tentarei sempre que tal não aconteça.
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