O petróleo prepara-se para baixar da barreira dos 50 dólares sensivelmente três meses após o seu preço record 143 USD. Só por pura ingenuidade podemos acreditar que houve um corte radical na procura, um decréscimo estonteante nos custos de extracção ou qualquer outra coisa divina que explique este abaixamento. Só algo verdadeiramente marcante, poderia influenciar uma variação de preços desta ordem e a experiência diz-nos que essas mudanças levam normalmente, a aumentos, não diminuições. Mas é um facto que o petróleo está a baixar de preço e que tendencialmente continuará nesse caminho ou, na pior das hipóteses se manterá (isto, até perto da próxima reunião da OPEP, para já agendada para 17 de Dezembro mas com fortes probabilidades de ser antecipada). Em resumo: - Boa notícia? Não. - Poupam-se uns cobres? No curto prazo.
O preço "justo" por barril de petróleo, julgo que já o aqui escrevi, andará à volta dos 100 dólares, - 90 será o patamar mínimo. Preços abaixo deste valor serão praticaveis para as explorações já em curso mas limitam o investimento em novas explorações e inovação. As novas reservas que vão aparecendo, estão cada vez mais profundas e mais inacessiveis. Com a baixa dos preços, os países pertencentes à OPEP e outros produtores, estão a adiar os investimentos e evitam as novas explorações. Esta contensão, motivada pela pressão do mercado, terá certamente repercussões na produção a médio/longo prazo e o surgimento de uma nova crise petrolífera pode ser uma realidade.
É este o efeito do Mercado e dos tempos conturbados, que colocam os preços no iô-iô, afastando-os do "preço justo". Hoje estamos todos contentes e felizes. E amanhã?
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