3 de nov. de 2008

Portugal vs. PSD 2009

Em conversa por telefone com o yuppie boy sobre a situação do BPN, com a qual ele se mostra tão surpreendido e indignado, vamos concordando acerca da trapalhada que tem sido todo o processo e da falta de seriedade dos seus protagonistas.
A meio da conversa e muito de fininho, matreiro e calculista como é seu apanágio, o rapaz sai-se com esta: "é a corja do Cavaco nestes cargos de gestão e a que nos governou".
Não é preciso apertar muito com ele para logo saírem os ataques ao partido de Cavaco Silva. Mas especialmente a este lote de pessoas. Pelo post sobre Ferreira Leite vemos isso mesmo. Mas já não o vemos a falar da miserável e populista entrevista que Paulo Portas deu a Ana Lourenço na Sic Notícias há uns dias.
Esta atitude de ataque ao PSD costuma vir da esquerda por problemas que eles têm de resolver e isso é lá com eles; coisas que têm que ver com complexos de insegurança e traumas de guerra. Mas quando ele vem da direita já sabemos qual é a fonte. Basta recuar e lembrar-mo-nos do Dr. Portas há uns anos enquanto foi director do semanário Independente - e depois a forma como se prestou a formar governo, aplaudida por yuppie que nessa altura não achava que havia corja alguma. A atitude vem daí. E o yuppie boy sente isso, que nunca poderia chegar lá. Mas como é do CDS por tradição, em vez de se resignar ataca. E ataca como? Colocando sobre um grupo de pessoas o título de "corja do Cavaco", como se o resto do país, que não fez parte dessa matilha, fosse um imenso mar de gente séria. Aliás, vemos isso pelos próprios militantes de topo do CDS.
Este complexo de inferioridade e esta pequenez de ver a política tem sido o pão nosso de cada dia na grande generalidade da opinião publicada. O que me leva a crer que não vamos ter uma campanha eleitoral normal. Será antes uma campanha anti-PSD, porque neste país só o PSD é que está mal; os outros estão todos bem, até o yuppie boy, que assobia para o lado quando o Dr. Portas fala no seu contacto com os cidadãos.
O problema destas análises espectaculares e críticas (moralistas, até) é que têm telhados de vidro. O problema é que o anonimato não revela isso. É tudo uma questão de honestidade.


4 comentários:

Yuppie Boy disse...

É bom tê-lo de volta. Já agora, podia perder uns minutos e ver o que por cá se vai escrevendo.

Yuppie Boy disse...

A estratégia da vitimização e do contra-tudo-e-contra-todos já provou a sua eficácia por cá. O FC Porto é disso exemplo. Boa sorte para 2009.

Justiceiro de Fafe disse...

Meu caro,
não é do meu feitio meter a foice em seara alheia (nem o martelo), mas as conclusões que cada um toma não são mais ou menos correctas por ser deste ou daquele partido. Quando leio o senhor Yuppie, não me interessa que ele seja do BE ou do PP, interessa-me perceber se o que ele diz faz sentido. E normalmente faz.

O senhor está um bocado estalinista.

Anônimo disse...

Caro yuppie, compreendo que a estratégia funcione aí com o seu amigalhaço liberal, mas comigo não funciona. Vitimização é uma coisa, conclusão de análises políticas feitas é outra. O calculismo dos seus comentários são exemplo disso - um ou outro apontamento sobre "o amigo Paulo" para não dar nas vistas. Até usa o FCP para dar o exemplo, o que ficará muito bem aí para o seu amigo. Mas a mim você não me come. Sou puta velha.

Caro Justiceiro, para tudo é preciso autoridade moral para falar e honestidade intelectual. Essas características não fazem parte do discurso interno e externo do yuppie que vem cascar no PSD como se este fosse o único com "corja".
Na conversa que tive com o nosso amigo, nas conversas várias aliás, é sempre um problema do PSD e nas questões relativas à sua cor partidária imiscui-se. Se acha correcto o problema já é seu. É tudo uma questão de princípios. Mas julgo que para vós o "cascar" basta. Lamento não concordar, pelo mesmo motivo que assim o estalinista aqui não sou eu. Aconselho-o a ver Ivan, o Terrível. Um bom filme para essas suas interpretações.

A estratégia de atirar para cima de mim a partidarite pode eventualmente ser uma diversão, mas fica um pouco aquém da realidade quando a questão releva assuntos práticos. Só é cego quem não quer ver.