MFL optou pelo silêncio no início do seu mandato, dizem que a conselho do seu núcleo duro. Criou tabu e falava-se mesmo numa nova forma de fazer política. As palavras da Senhora seriam demasiado valiosas para serem desperdiçadas. Com isso, criou a moda e conseguiu mesmo marcar a agenda com os poucos temas que trouxe à baila. Não cativava eleitorado mas tinha o seu lugar. Os apoiantes desculpavam-se com o feitio reservado da lidér e os adversários começavam a acusar nervosismo por estarem a enfrentar algo que nunca tinham enfrentado, - o silêncio. Mas o ponto de inflexão na postura de Manela não demorou. De repente, o silêncio dá lugar ao populismo. Tira Santana da prateleira, onde nem conseguiu ganhar pó e lanço-o em Lisboa. Uma decisão no minimo discutivel que custou a MFL duras criticas, inclusive de pessoas que lhe eram chegadas, - JPP é só um exemplo. A necessidade de ter de explicar esta escolha e a discussão do Orçamento que entretanto começava forçaram a mudança de estratégia. Mais a mais, MFL podia agora brilhar com todos os seus conhecimentos na pasta das inanças. Pura ilusão. Foi cobeçada atrás de cabeçada. Desde a trapalhada do aumento da função pública, à oposição ao aumento do salário minimo passando pelas explicações duvidosas do custo inerente às medidas propostas pelo PSD. A última pérola foi encaixar declarações xénofobas enquanto falava de investimento público. A Senhora não é mesmo feliz e tudo corre pelo pior. Não são pois de estranhar artigos de opinião como o que hoje é publicado no JN. Para piorar as coisas, MFL comete gaffes atrás de gaffes no exacto período em que Sócrates arrancou em campanha para as legislativas e está em estado de graça, ou lá muito perto.
3 de nov. de 2008
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3 comentários:
As declarações da senhora sobre as obras públicas são deploráveis.
Porquê Justiceiro? A senhora disse alguma mentira a esse nível?
Em frase nenhuma do post afirmo que MFL mente. Afirmo que é infeliz nas declarações. E que as sucessivas gaffes, começam a traçar um padrão de elitismo que prejudica tanto a imagem da prórpia como a do partido. Há quem seja seguidista e aplauda um bocejo que seja. Há quem seja cegamente contra mesmo que a Senhora esteja a oferecer dinheiro. Eu emito uma opinião. Maioritariamente contra é certo mas porque é essa a minha consciência. O Crosta é conservador e está muitas vezes contra as medidas de esquerda. Alguma vez me viu usar o argumento de que é contra porque é sempre contra?
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